Mundo que somos, mundo que queremos ser
A contagem de vítimas não para de aumentar e, de acordo com especialistas em Proteção Civil, o balanço final deste terramoto deverá ultrapassar os 17 mil mortos do sismo que atingiu Istambul em agosto de 1999.
O governo turco declarou três meses de Estado de Emergência em 10 províncias. Na Síria, país devastado pela prolongada guerra civil e, portanto, sem capacidade de lidar com uma tragédia destas proporções, imaginam-se ainda maiores dificuldades.
Felizmente, mais de 8000 pessoas foram já retiradas com vida dos escombros, mas um frio inclemente diminui drasticamente a janela de sete dias que são apontados como horizonte para que as operações de resgate possam ter algum sucesso.
O mundo reagiu. Entre as 50 mil pessoas que estão a prestar auxilio, estão profissionais e voluntários das mais variadas geografias.
A União Europeia acionou prontamente o Mecanismo de Proteção Civil. Os estados-membros, fizeram chegar socorristas, cães de busca, materiais de resgate e mantimentos às zonas afetadas.
De Portugal, seguiu uma equipa da Autoridade Nacional de Emergência de Proteção Civil e da Guarda Nacional Republicana, bombeiros sapadores, especialistas em emergência médica. Até a Ucrânia enviou equipas de salvamento; do Irão saíram aviões carregados de mantimentos.
O mundo, esse lugar por vezes tão estranho e perigoso, às vezes lembra-se do essencial: somos todos humanos. E é este mundo - onde a solidariedade e o humanismo vencem a indiferença e o medo - que quero que os meus filhos saibam que existe.
Durante largos séculos na História da Humanidade, as catástrofes naturais eram usadas por nações vizinhas que, traiçoeiramente, aproveitavam esse momento de fragilidade para fazer a guerra. É bom não esquecer que tal só mudou com a atual ordem internacional e a elevação dos seus valores fundamentais: paz, democracia, liberdade, Direitos Humanos.
É essencial que saibamos preservar esses valores, mesmo quando estão em causa países que não os respeitam - como é o caso da Turquia -, porque o humanismo não pode escolher nacionalidade, religião, cor de pele ou quaisquer outros atributos. São esses valores que, apesar de tanto de mal que acontece no mundo, sustentam a civilização e afastam a Humanidade de tempos de barbárie - aos quais por vezes vemos alguns países regressarem.
A União Europeia pode e deve assumir para si esse papel, fazendo mais para mobilizar massivamente os seus recursos para ajudar os que sofrem com tragédias. Seja na Turquia, Síria, Irão, Rússia ou qualquer outro país - independentemente do sistema político e do autoritarismo de quem o governe.
A tolerância com a tirania é zero. Mas a solidariedade humanitária com povos massacrados por catástrofes não pode faltar.
15 valores
Presidente da República
Rapidamente, sem hesitação, sem qualquer receio do que os populistas possam dizer, o Presidente Marcelo foi a Olhão cumprimentar o jovem imigrante do Nepal que foi agredido por um grupo de jovens.
Eurodeputado