Dia D (dia dos docentes)
Esta quarta-feira (22) é o "dia D" ( dia dos docentes), reunião do Ministério da Educação com os sindicatos. Sinceramente não espero grande coisa, ou mesmo nada. Muito palavreado, mas não passa disso.
Os docentes exigem coisas concretas e já.
A degradação deste governo acentua-se pela não relação com os docentes. Como foi possível chegar a este ponto de não retorno?!
O extremar de posições não leva a nada, os sindicatos têm que parar para pensar. A fase das greves teve o seu percurso e ficou bem vincado os problemas dos docentes. O Ministro da Educação, João Costa, contribuiu para o seu sucesso, insinuando que as greves, que levaram ao encerramento de numerosas escolas em todo o país, poderiam ser ilegais e que não negociava sobre a pressão de marcação de greves.
Essas declarações inflamaram ainda mais os docentes.
Os professores não conseguiram recuperar pelo que sofreram durante os anos da Troika, que impôs cortes selvagens quando Portugal teve de ser socorrido em 2011 pela Comissão Europeia, pelo Fundo Monetário Internacional e pelo Banco Central Europeu com 78 mil milhões de euros. Não esquecer que a entrada da Troika em Portugal deveu-se a um governo presidido por um socialista. Cabe a este governo presidido por um socialista procurar resolver o problema.
Nunca deu certo, varrer o lixo para debaixo do tapete. Esse tapete foi a vida superficial que os professores levaram até agora. Mas, chegou o momento de dizer basta! O lixo que são os erros, que este governo cometeu, por não assumir como prioridade o dossier professores. A seguir à Troika, veio a pandemia. A sujeira que ficou debaixo do tapete é enorme, é necessário limpar o lixo por alguém especializado que deixe tudo limpo.
Mais cedo ou mais tarde esta indignação iria despoletar. A agitação acumulada ao longo dos anos foi recentemente agravada por receios de que o Governo planeasse deixar a contratação de professores nas mãos das autarquias locais e pelos directores das escolas.
Protestar cansa e as greves entram nos bolsos dos professores, mas acho que António Costa ainda não se apercebeu da dimensão deste problema, ou está a fazer de conta.
Está na hora das reuniões do governo com os sindicatos ter alguém do Ministério das Finanças e alguém próximo de António Costa.
Biólogo, fundador do Clube dos Pensadores