12 junho 2016 às 14h03

O cemitério que os cirurgiões carregam dentro deles

Para Henry Marsh, o que distingue a neurocirurgia não é uma especial minúcia técnica, mas o facto de ser perigosa. A vida de um neurocirurgião faz-se de decisões e a mais importante é a de operar ou não. Pode ser muito gratificante, mas tem um preço. Citando o francês René Leriche, Marsh diz que é necessário aprender a viver com uma lista de desastres, que são como lápides num pequeno cemitério que todos os cirurgiões carregam dentro de si. Na manhã em que me encontrei com ele em Lisboa, não se dava por isso. Sorridente, afável, bem-humorado. Numa situação trágica confiar-lhe-ia a vida, esperando dele o que se espera dos deuses.

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David Marçal
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David Marçal