UE convida Joe Biden para cimeira em Bruxelas

Também a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, já telefonou ao presidente eleito dos EUA.

O presidente do Conselho Europeu felicitou esta segunda-feira o presidente eleito dos Estados Unidos, numa chamada telefónica, em que se referiu aos interesses partilhados pelos dois polos do Atlântico.

Como parte desse estratégia para a reconstrução da aliança tradicional da Europa, Charles Michel dirigiu um convite a Joe Biden, para participar numa a cimeira europeia, a realizar no decorrer do próximo ano, 2021, para em conjunto com todos os 27 discutirem as prioridades comuns.

"Agora é a hora de unir forças", afirmou Charles Michel, de acordo com o comunicado divulgado pelo seu gabinete, no final da reunião telefónica, em que apelou à reconstrução das relações com a América.

"Num mundo em mudança, a nossa parceria será mais importante do que nunca para proteger os nossos cidadãos, relançar as nossas economias, deter o aquecimento global e criar um mundo mais seguro", vincou, considerando que "a UE e os EUA terão sempre mais impacto ao tomar medidas em conjunto".

Na mesma nota Charles Michel nomeia as prioridades da União Europeia "pronta para trabalhar" com os Estados Unidos para "enfrentar a pandemia covid-19, a recuperação económica, as alterações climáticas, a segurança e o multilateralismo".

Com o fim do período de transição do Brexit a aproximar-se, o presidente do Conselho Europeu agradeceu a Joe Biden por concordar que o acordo de retirada do reino unido da União Europeia deve ser respeitado.

Num piscar de olho às origem irlandesa de Joe Biden, Charles Michel afirmou que o tratado assinado com o Reino Unido para a retirada da União Europeia assenta num modelo que preserva a estabilidade na Irlanda e respeita integralmente os acordos de paz na ilha.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen também felicitou Joe Biden através de uma chamada telefónica, na qual defendeu um novo começo nas relações, entre a Europa e os Estados Unidos, com base na cooperação, solidariedade e valores partilhados.

Biden e Tusk em 2015

Em 2015, Joe Biden, enquanto vice-presidente dos Estados Unidos, participou num encontro com o presidente do Conselho Europeu, naquela altura, Donald Tusk.

Ambos falaram da "coordenação de esforços", com o polaco a falar da necessidade de "manter a pressão sobre a Rússia pelo tempo que for necessário", referindo-se ao período tenso, na Ucrânia, com a anexação da Crimeia. "Não podemos aceitar qualquer forma de agressão, especialmente a agressão de um estado contra outro", afirmou Donald Tusk.

O encontro em Fevereiro de 2015, pouco depois do atentado na sede do jornal satírico Charlie Hebdo, tratou também do "desafio enfrentado nos dois continentes e no mundo: o extremismo e o terrorismo", com ambos a destacarem a importância de "continuar a trabalhar em conjunto para enfrentar as ameaças globais, como a apresentada pelo ISIL", o autodenominado Estado Islâmico

Desafios nunca cumpridos

Na chamada telefónica de hoje, não consta que o atual presidente do Conselho Europeu tenha abordado um tema sensível entre a Europa e os Estados Unidos, que se arrasta há vários anos.

Mas, em 2015, ainda em Biden era o vice-presidente de Barack Obama, e Donald Tusk dava com do apelo dos (ainda) 28, que apelavam "à Europa e à América para que promovessem todos os esforços para concluir as negociações sobre uma parceria transatlântica de comércio e investimento abrangente e mutuamente benéfica até ao final deste ano". Cinco anos depois, tal ainda não aconteceu.

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