Trump admite vetar orçamento do Governo federal
O orçamento do Governo federal, aprovado na quinta-feira pelo Congresso, não financia na totalidade o muro com o México
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, admitiu hoje vetar o orçamento do Governo federal, aprovado na quinta-feira pelo Congresso, por este não financiar na totalidade o muro com o México nem incluir uma solução para os "dreamers".
"Estou a considerar vetar a lei orçamental pelo facto de os 800.000 beneficiários do programa DACA [programa que protegia jovens indocumentados em risco de deportação] terem sido totalmente abandonados pelos Democratas (nem sequer são mencionados) e por o muro fronteiriço, do qual nossa segurança nacional precisa desesperadamente, não ter sido financiado na sua totalidade", escreveu hoje Trump na rede social Twitter.
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Caso não ratifique a lei antes da meia-noite de hoje, o governo federal norte-americano poderá ficar sem fundos, o que resultaria no terceiro bloqueio administrativo por esta razão desde janeiro.
O 'tweet' de Trump de hoje contrasta com aquele que escreveu na noite de quarta-feira, a congratular-se com o facto de ter conseguido financiamento para iniciar a construção do muro na fronteira com o México graças ao acordo sobre o orçamento alcançado entre republicanos e democratas.
"Consegui 1.600 milhões [de dólares, quase 1.300 milhões de euros] para começar o muro na fronteira sul, o resto chegará", afirmou o chefe de Estado norte-americano, que tinha pedido ao Congresso 25 mil milhões de dólares (20 mil milhões de euros) para esta construção, uma das suas mais emblemáticas promessas eleitorais.
Republicanos e democratas alcançaram na quarta-feira um acordo para o orçamento da administração, no valor de 1.300 mil milhões de dólares (mais de mil milhões de euros), que contém uma verba para o muro com o México e prevê um grande aumento dos gastos com a defesa (78 mil milhões de dólares; 63 mil milhões de euros).
O Presidente também se referiu na quarta-feira aos 'dreamers' ("sonhadores"), os jovens indocumentados em risco de deportação, cujo futuro esteve em cima da mesa durante as negociações e que o acordo agora alcançado nem sequer menciona.
Os democratas condicionavam o seu apoio ao orçamento à regularização destes jovens, mas acabaram por ceder na negociação.
"Os democratas não quiseram tratar do DACA [sigla em inglês do plano, aprovado pelo seu antecessor, Barack Obama, que beneficiava os "sonhadores"]. Teria sido muito fácil, mas eles simplesmente não quiseram saber. Eu tive de lutar pelas forças armadas e início do muro", lê-se na mensagem, publicada ao final da noite de quarta-feira na rede Twitter.
Mas hoje Trump usa o argumento de o DACA não estar contemplado no orçamento para ameaçar vetar a lei orçamental.
O acordo bipartidário prevê ainda 52 mil milhões de dólares (42 mil milhões de euros) para programas sociais domésticos.