Parlamento Europeu propõe congelar negociações da adesão da Turquia
Se o governo turco reintroduzisse a pena de de morte, processo seria formalmente suspenso
Na sequência da purga levada a cabo pelo governo de Recep Tayyip Erdogan, o Parlamento Europeu propôs hoje à Comissão Europeia e aos Estados-membros que as negociações de adesão da Turquia à UE sejam suspensas temporariamente pelo menos até que as "medidas repressivas desproporcionadas" sejam revogadas.
"Apesar de a Turquia ser um parceiro importante da UE, a vontade política de cooperar tem de ser manifestada por ambas as partes", diz o PE numa resolução hoje aprovada por 479 votos a favor, 37 contra e 107 abstenções.
A purga de Erdogan surgiu na sequência da tentativa de golpe de estado de 15 de julho.
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Desde então, as autoridades turcas detiveram 10 membros do Parlamento, cerca de 150 jornalistas, 2386 juízes e procuradores e outras 40 mil pessoas, das quais mais de 31 mil ainda não foram libertadas.
Segundo o relatório de 2016 da Comissão relativo à Turquia, 129 mil funcionários públicos permanecem suspensos ou foram demitidos, na sua maioria sem qualquer acusação até à data.
O PE diz ainda que a reintrodução da pena de morte, medida ponderada pelo governo turco, conduziria inevitavelmente a uma suspensão formal do processo de adesão.