Papa apelou à solidariedade numa basílica de São Pedro vazia
Numa celebração pascal marcada pelas restrições que impõem o isolamento social, Francisco apelou à solidariedade numa "época de desafios"
Rodeado apenas dos acólitos necessários para celebrar a tradicional missa de Páscoa, numa basílica estranhamente vazia e sem a presença de peregrinos na Praça de São Pedro, o papa Francisco apelou na sua homilia aos governos para que sejam solidários, num momento desafiante da vida da humanidade.
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Numa das suas intervenções talvez mais políticas desde que foi eleito papa, há sete anos, e lembrando que a Europa renasceu das cinzas após a II Guerra Mundial, Francisco afirmou que a "União Europeia enfrenta um enorme desafio, do qual dependerá não apenas o seu futuro mas também o do resto do mundo".
Na sua mensagem Urbi et Orbi (à cidade e ao mundo), transmitida em live streaming pela Internet, o papa Francisco dirigiu-se aos mais de mil e 300 milhões de católicos no mundo., lembrando todos os que estão a sofrer em solidão devido à pandemia pelo novo coronavírus,m e apelando à solidariedade dos estados num momento em que a humanidade desafios que vão mudar modos de vida.
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"Este é um tempo de recentramento, porque o desafio que enfrentamos é partilhado por todos sem distinção", disse o papa, sublinhando que "este não é um tempo para a indiferença porque o mundo todo sofre e precisa de estar unido para enfrentar a pandemia".
Nesse sentido, o sumo pontífice apelou aos governos para que ultrapassem a "indiferença, as divisões e a desmemória", apelando a "um cessar-fogo global" em todos os conflitos no mundo.
A Páscoa, disse "é como uma chama na noite de um mundo que enfrenta mudanças e está oprimido por uma pandemia que põe à prova toda a família humana".
Francisco fez assim questão de mencionar as mais de cem mil pessoas que já morreram vítimas de covid-19 e os cerca de milhão e meio de infetados em todo o mundo, bem como todos os que perderam entes queridos e familiares, "e que em muitos casos não puderam sequer ter um um momento de despedida", os muitos milhões que estão isolados em quarentena, e os que estão a passar dificuldades económicas por causa da pandemia. E não esqueceu os profissionais de saúde, que estão na primeira linha do combate à epidemia, em muitos casos à custa da própria vida.