O palácio onde nasceu D. Maria II e a casa da família real portuguesa no Brasil

Entre 1808 e 1821, família real portuguesa viveu no palácio onde estava instalado o Museu Nacional do Brasil, que este domingo ardeu

Antes de ser a casa do Museu Nacional brasileiro, que esta noite ardeu destruindo dois séculos de acervo, o Palácio de São Cristóvão no Rio de Janeiro, acolheu a família real portuguesa durante praticamente todo o tempo em que esteve no Brasil - entre 1808 e 1821 -, tendo uma forte ligação à história de Portugal.

A capital do Reino de Portugal foi instalada no Rio de Janeiro após a chegada ao Brasil de D. Maria I e do seu filho, o príncipe regente D. João de Bragança, o futuro rei D. João VI.

A corte foi para o Brasil em 1807 - desembarcou em 1808 - após a invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão Bonaparte, que tinha como objetivo aprisionar a família real para levar a uma abdicação do trono.

Na altura a família real ficou instalada no palácio do Governador - atual Praça XV - tendo mais tarde mudado para o Palácio de São Cristóvão, que foi oferecido por um comerciante a D. Maria I. Foi aqui que a rainha viveu até à sua morte em 1816, aos 81 anos.

Na altura, já era D. João VI que reinava pois em fevereiro de 1872 D. Maria I aceitou que fosse o filho a tomar a liderança do reino devido a ter sido considerada mentalmente instável.

A história da ligação da Casa de Bragança ao palácio onde em 1818 D. João VI fundou o agora Museu Nacional do Brasil - praticamente destruído na madrugada desta segunda-feira - mostra que D. Pedro IV de Portugal e I do Brasil também ali viveu.

O museu teve na mulher de D. Pedro, a princesa Leopoldina da Áustria, uma grande aliada pois foi a sua ida para o Brasil que fez com que vários cientistas austríacos também fossem para o país tendo as espécies por eles recolhidas nas suas investigações sido colocadas à guarda do museu.

Em 1819, a futura rainha de Portugal D. Maria II - em dois períodos diferentes: 1826 até 1828 e depois de 1834 até à sua morte em 1853 - nasceu no Palácio de São Cristóvão, tal como D. Pedro II, que foi o segundo e último Imperador do Brasil entre 1831 e 1889.

A ligação da família real ao palácio termina em 1821 quando D. João VI regressa a Portugal, ficando ali a viver D. Pedro II, até ser deposto em 1889.

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