Pablo Iglesias venceu debate a três, segundo a maioria dos internautas do 'El País'

Com Mariano Rajoy ausente, líderes do PSOE, Ciudadanos e Podemos participaram no primeiro debate para as legislativas de 20 de dezembro, transmitido online por este jornal

Durante duas horas, Pedro Sánchez, Albert Rivera e Pablo Iglesias, candidatos a primeiro-ministro de Espanha pelo PSOE, pelo Ciudadanos e pelo Podemos, protagonizaram o primeiro debate digital da história da democracia do país. Não houve anúncios de propostas chave mas cada um defendeu o seu programa para as legislativas de 20 de dezembro com as suas fórmulas para sair da crise económica e baixar o número de desempregados, bem como com as suas ideias para melhorar o Estado social e o nível de educação dos espanhóis. Vazio esteve o púlpito do primeiro-ministro Mariano Rajoy, líder do PP e grande ausente da noite, que rejeitou o convite do El País - jornal que organizou o debate.

Os três candidatos, jovens, acostumados a falar para as câmaras, quiseram marcar bem distâncias. Iglesias posicionou-se numa nova esquerda, enquanto Rivera procurou situar-se ao centro, enquanto Sánchez tentava colá-lo à direita. Houve debate e troca de argumentos, risos, momentos mais tensos, sobretudo no final do debate, quando se falou dos supostos casos de corrupção que envolvem candidatos de alguns partidos. Finalizado o encontro, os três participantes saíram contentes.

Veja aqui o minuto-a-minuto do debate

Na hora de escolher a imagem, coincidiram na camisa branca mas cada um com um estilo. Rivera optou por casaco e gravata, Sánchez só pelo casaco e Iglesias só camisa, com as mangas arregaçadas. Outros pontos em comum dos líderes foram a defesa de um novo modelo de Espanha plurinacional, cada um à sua maneira, a luta contra o terrorismo islâmico e a necessidade de ver Rajoy longe da Mocloa.

Iglesias surpreendeu com uma imagem muito mais moderada do que é habitual, a ser o conciliador entre os outros dois candidatos. Segundo a maioria dos internautas do El País (47,01%) que participaram numa votação online até à meia-noite (23.00 em Lisboa), Iglesias venceu o debate. Rivera, algo nervoso, gabou-se de ser o único a pôr na mesa medidas concretas face à intenção de "desfazer tudo o que fez o PP" dos socialistas e a falta de propostas que acusa o programa do Podemos. Esperava-se mais de Rivera, que nas últimas semanas cresceu muito na intenção de voto das sondagens. Sentiu-se um confronto intenso entre o líder do Ciudadanos e o do PSOE, a quem as sondagens aproximam nos resultados.

No momento de pedir o voto, no chamado minuto de ouro, Rivera insistiu na necessidade de "mudar o futuro de Espanha", o qual "não vai ser fácil alterar". Iglesias não pediu o voto por considerar que isso é fazer "velha política". Acredita que nestas eleições "está em jogo a próxima década". E disse: "Espanha mudou na rua e agora deve mudar no Parlamento. Adeus 1978, olá 2016". Sánchez, o último a falar, mostrou orgulho em representar os militantes socialistas. "Juntos fizemos muitas coisas". Agora, frisou, "somos chamados a liderar a Espanha das oportunidades".

As promessas do ausente

À mesma hora do debate, Rajoy deu uma entrevista à Telecinco. "Como sempre se fez em Espanha só vou debater com o líder da oposição", explicou, para justificar a sua ausência no debate do El País. Rajoy defendeu que só o partido mais votado a 20 de dezembro deve formar governo em Espanha, prometeu tudo fazer para criar emprego e garantiu que as empresas que passem trabalhadores de contratos a prazo para contratos sem termos não pagarão segurança social por um período de quatro anos.

Ciudadanos à frente do PSOE

O jornal El Mundo publicou ontem os resultados da última sondagem feita pelo Sigma Dos, segundo a qual o Ciudadanos seria a segunda força política de Espanha. Assim, o PP teria 27% das intenções de voto, o Ciudadanos 23% e o PSOE 20,2%. O Podemos surge com 16,2%, apenas na quarta posição.

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