Opositor Alexei Navalny receia estar na prisão durante as eleições presidenciais
"Este plano engenhoso consiste em libertar-me apenas a 5 de abril, para que não esteja presente no dia de escrutínio e em qualquer eventual manifestação de protesto", disse o russo no seu blogue
O principal dirigente da oposição na Rússia, Alexei Navalny, convocado para comparecer na próxima segunda-feira perante um juiz por manifestações não autorizadas, acusou esta terça-feira as autoridades de pretenderem prendê-lo no âmbito das presidenciais de 18 de março.
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"Uma audiência do tribunal relativa a Navalny vai decorrer em 5 de março", indicou à agência noticiosa France-Presse (AFP) Svetlana Skatchkova, porta-voz do tribunal Tverskoï, em Moscovo.
"Aparentemente, este plano engenhoso consiste em libertar-me apenas a 5 de abril, para que não esteja presente no dia de escrutínio e em qualquer eventual manifestação de protesto", denunciou Navalny no seu 'blogue'.
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Detido brevemente na quinta-feira, foi-lhe apresentado um ato de acusação por "repetida violação" da lei sobre a organização de manifestações, uma infração passível de 30 dias de detenção.
Caso seja reconhecido culpado em 05 de março, Navalny arrisca-se a permanecer sob detenção até 05 de abril.
Declarado inelegível devido a uma condenação judicial que considera encenada pelo Kremlin, este opositor, de 41 anos, apelou os seus apoiantes a boicotarem e a vigiarem a eleição presidencial.
A última manifestação organizada por Navalny decorreu em 28 de janeiro, reunindo milhares de seguidores por todo país e que denunciaram a "manipulação" do escrutínio presidencial que deverá consagrar a reeleição de Vladimir Putin, de acordo com todas as previsões.
Na semana passada, Leonid Volkov, o principal adjunto de Navalny, foi condenado a 30 dias de prisão pelos mesmos motivos. No dia do escrutínio irá permanecer sob detenção.