ONU prepara-se para acolher 700 mil pessoas que poderão fugir de Mossul
O exército iraquiano prepara um assalto para recuperar a cidade aos 'jihadistas' do Estado Islâmico
A agência da ONU para os refugiados disse esta quinta-feira que está a preparar-se para poder acolher até 700 mil pessoas que fujam de Mossul após o assalto do exército iraquiano, que pretende recuperar a cidade aos 'jihadistas' do Estado Islâmico.
Calcula-se que vivam em Mossul, no norte do Iraque, entre 2,2 e 2,5 milhões de pessoas e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) considera que após o ataque de reconquista da cidade cerca de 700 mil civis poderão fugir dos combates.
Para os acolher, o ACNUR pretende montar 11 campos de refugiados, alguns dos quais estão prontos e outros a ser planeados, dado a ONU não dispor de terreno para os construir.
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"Precisamos de enormes quantidades de terreno e isso não é fácil de obter, porque muitas terras são privadas", disse Brudo Geddo, representante do ACNUR no Iraque, numa conferência de imprensa.
Tendo em conta que é difícil construir um campo e que a ofensiva do exército pode ocorrer nas próximas semanas, o ACNUR está também a colocar tendas em lugares próximos de Mossul para montar acampamentos de emergência destinados às primeiras pessoas em fuga.
O maior problema é, no entanto, a falta de fundos. Dos 196 milhões de dólares (174,6 milhões de euros) pedidos para esta emergência, o ACNUR apenas obteve 33%.
"E isto tendo em conta que o êxodo já começou", lamentou Brudo Geddo.
Segundo o ACNUR, desde maio, quando se confirmou que o exército ia tentar recuperar a cidade nas mãos do grupo extremista Estado Islâmico, mais de 65.000 pessoas fugiram de Mossul e foram acolhidos pela agência da ONU.