O "maior escândalo da Europa" pagava quatro anos de despesa do Estado português

O Danske Bank está sob investigação devido a suspeitas de lavagem de um valor astronómico: 200 mil milhões de euros. O dinheiro sujo, que é para a Comissão Europeia o "maior escândalo", é superior ao orçamento da União Europeia.

"É chocante". Vera Jourova, a comissária com o pelouro da Justiça, não escondeu o sentimento da Comissão Europeia. "Este é o maior escândalo que temos na Europa, e que é também uma desagradável lição sobre a necessidade de sermos muito mais vigilantes e muito mais cautelosos", disse ainda, sobre as atividades bancárias.

O choque deve-se às notícias relacionadas com a demissão do administrador do Danske Bank, Thomas Borgen, na sequência de um esquema de lavagem de dinheiro na sucursal da Estónia.

Uma investigação independente concluiu que, entre 2007 e 2015, cerca de 200 mil milhões de euros entraram de forma ilegal, oriundos do paraíso fiscal Ilhas Virgens Britânicas, da Rússia e do Reino Unido, envolvendo 6.200 clientes do banco dinamarquês.

Para se ter uma ideia da magnitude do escândalo, a despesa do Estado português em 2017 foi de 50,4 mil milhões. Ou seja, o dinheiro em causa equivale a quatro anos de despesa estatal.

Em alternativa, se Portugal pudesse dispor de tal quantia podia abater quatro quintos da dívida pública. Em julho, segundo o Banco de Portugal, a dívida pública ascendeu a 248,2 mil milhões de euros.

Prova de que os números do escândalo não são apenas grandes para a realidade portuguesa, 200 mil milhões de euros ultrapassa - e muito - o orçamento da União Europeia de 2017: 157,9 mil milhões.

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