Noite de tensão em Barcelona. Manifestantes em confronto com polícia
ATUALIZADA Esta segunda-feira foi assinalada por manifestações pelo primeiro ano desde o referendo sobre a independência da Catalunha. Puigdemont diz que tensão nas ruas é "a prova do compromisso com a democracia e a república catalã"
"ERC e PDeCAT, a paciência acabou" ou "o povo manda e o governo obedece". São os gritos de guerra que ouvem junto ao parlamento espanhol, em Barcelona.
Relacionados
Uma manifestação que ficou marcada por um episódio de violência, quando manifestantes independentistas tentaram romper o cordão policial no local, lançando ovos contra as autoridades e queimando contentores. A concentração terá chegado à porta do Parlamento e a polícia da Catalunha recebeu ordens para agir sobre os ativistas presentes, aumentando o clima de tensão.
Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão.
De acordo com o El País, cerca de 180 mil pessoas manifestam-se esta segunda-feira em Barcelona para marcar o primeiro aniversário do referendo pela independência da Catalunha, que decorreu a 1 de outubro de 2017. A segunda concentração desde a de 11 de setembro, onde participaram um milhão de independentistas, e que ocorre dois dias depois de confrontos entre polícias e ativistas terem feito 24 feridos e dois detidos no sábado, nas ruas de Barcelona.
Após algumas horas de protesto, fotografias nas redes sociais davam conta do fim das manifestações.
O conflito mereceu a atenção do líder da oposição, Pablo Casado, na sua conta de Twitter, que apontou a falta de atuação por parte do governo e exige que se proceda imediatamente a eleições. "Dói-me ver a Catalunha e os totalitários independentistas ocupar as ruas e o Parlamento. Como é que é possível que o Governo não faça nada? Exigimos que seja aplicado o artigo 155 a lei dos partidos para restabelecer a ordem e destituir a Torra. Ou que convoquem eleições gerais já", comentou.
Já mais tarde, também Carles Puigdemont teceu comentários sobre os episódios violentos presenciados nas ruas de Barcelona. O ex-presidente da Catalunha disse serem "a prova do compromisso com a democracia e a república catalã".
Há um ano, o governo regional liderado pelo líder e apoiado desde 2015 por uma maioria parlamentar de partidos separatistas organizou e realizou um referendo sobre a independência da Catalunha, entretanto considerado ilegal pelo Tribunal Constitucional espanhol. A votação teve uma taxa de participação de 43%, dos quais 92% votaram "sim" à pergunta "Quer que a Catalunha seja um estado independente em forma de república?".