Militares portugueses apoiam maternidade na região de Buzi
Equipa médica do Exército foi projetada para uma localidade isolada onde os fuzileiros já tinham entregue comida e água no domingo.
Medicamentos, antisséticos e kits de higiene foram entregues esta segunda-feira, por militares portugueses, a uma maternidade "a trabalhar em condições altamente precárias" numa localidade isolada da região moçambicana de Busi.
Segundo o porta-voz do Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA), a equipa de emergência médica da Força de Reação Imediata (FRI) - enviada quinta-feira para Moçambique, na sequência da passagem do ciclone Idai - também esteve no local a dar apoio aos funcionários e pacientes do hospital e da maternidade.
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A projeção da equipa médica - dois médicos, um farmacêutico e dois enfermeiros, todos do Exército - para essa ação de assistência sanitária ocorreu um dia depois de os fuzileiros terem percorrido 35 quilómetros ao longo de um braço de rio durante cerca de hora e meia.
Sob o comando do coronel paraquedista Carlos Sobreira, o porta-voz do EMGFA disse que os militares da FRI "encontraram um cenário de verdadeira calamidade" no centro litoral de Moçambique, onde o número de pessoas afetadas pelo ciclone ronda já as 800.000.
Durante o dia de domingo e naquele percurso ao longo do rio, quando encontraram a referida maternidade, os militares portugueses forneceram "alimentação de emergência e água" aos populares.
Coelho Dias acrescentou que aquela equipa esteve a trabalhar com a polícia e elementos das Forças Armadas moçambicanas, recolhendo elementos de informação para fazer uma "listagem das prioridades" de ajuda (em matéria de alimentos, água e medicamentos).
Missão inicial de duas semanas
A FRI portuguesa foi ativada na manhã de quinta-feira e previa inicialmente o envio de seis dezenas de fuzileiros para uma missão onde eram prioritárias as ações de busca e salvamento em vias fluviais. Contudo, mais de metade desses operacionais acabaram por regressar à base, devido à quantidade de carga transportada no mesmo voo para a Beira.
No total, Lisboa enviou uma força composta por 41 militares dos três ramos das Forças Armadas para apoiar as autoridades moçambicanas e preparada para se manter "autossustentada durante 15 dias", indicou o porta-voz do EMGFA.

Militares portugueses instalam uma antena de comunicações para garantir a ligação permanente aos fuzileiros que operam ao longo do rio Busi
© EMGFA
Passados esses 15 dias iniciais e já com muitas estruturas e organizações civis no terreno, a FRI "será reconfigurada" e pelo menos parte dos seus elementos regressará a Lisboa, observou Coelho Dias.
Outro elemento importante da FRI é o oficial de engenharia, que tem estado a colaborar com as autoridades moçambicanas na avaliação estrutural dos edifícios e vai assessorar na colocação de pontes militares, que se prevê chegarem à Beira até quarta-feira.
É junto ao aeroporto da Beira que está instalado o Centro de Operações de Emergência, através do qual é controlada e coordenada toda a ajuda em curso naquela região de Moçambique devastada pelo ciclone Idai.
Os militares portugueses, cujo comandante "trabalha em estreita ligação" com os responsáveis do centro de operações, também estão a dar apoio sanitário e de comunicações ao consulado português na Beira. Por encontrar continua o cidadão português de que estão à procura desde domingo, informou o porta-voz do EMGFA.