Jornalista chinês acusa autoridades de "raptarem" os seus familiares
Chang Ping, exilado na Alemanha, diz que as autoridades têm usado os seus familiares para fazer pressão e exigir que pare de escrever artigos críticos ao Partido Comunista da China.
O jornalista Chang Ping afirma que a irmã e os dois irmãos foram detidos pelas autoridades chinesas na sequência das investigações a uma carta aberta publicada online a exigir a demissão do presidente Xi Jinping.
No domingo, a polícia chinesa libertou Jia Jia, outro jornalista chinês que estava desaparecido há duas semanas.
Jia escrevia para o Tencent Online e tinha avisado os colegas para os perigos que corriam em partilhar a carta. O jornalista desapareceu no dia 15 de março mas o advogado não confirmou que a detenção estivesse relacionada com a publicação da mesma.
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Chang publicou um artigo na rádio alemã Deutsche Welle a criticar a detenção de Jia Jia e deu uma entrevista para a Radio France Internationale onde falou sobre as dificuldades de liderança do Partido Comunista chinês.
Num comunicado publicado no site de notícias Chinachange, esclarece que a família nada tem a ver com as suas operações políticas e nega qualquer envolvimento na publicação da carta.
A carta foi partilhada no website da Wujie News, e está assinada por "Membros Leais do Partido Comunista". As autoridades já detiveram 16 pessoas que trabalhavam para o site.
O jornalista conta que a polícia chinesa "raptou" os dois irmãos e a irmã perto da casa do pai, na província de Sichuan, "sem qualquer mandato".
"Desde a publicação da carta vários familiares e amigos têm sido investigados e ameaçados pela polícia chinesa", escreveu.
Chang enviou esta segunda-feira um e-mail ao The Guardian a dizer que a irmã já foi libertada mas que os irmãos continuam detidos.
De acordo com o jornalista, as autoridades chinesas estão a tentar negociar a libertação dos irmãos com a retirada do artigo publicado para a Deutsche Welle.