Japão vai instalar dois novos sistemas antimísseis face à ameaça da Coreia do Norte
Tóquio espera garantir cobertura para todo o país do novo sistema de defesa de fabrico americano
O Governo do Japão aprovou hoje a aquisição de dois sistemas antimísseis norte-americanos para aumentar a capacidade de defesa do país perante a ameaça que representa a Coreia do Norte.
O Executivo do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, autorizou a compra de duas unidades Aegis Ashore, que marcam assim a incorporação nas forças terrestres do sistema de fabrico norte-americano, que já se encontra instalado em alguns contratorpedeiros da Marinha.
Para agilizar o destacamento dos sistemas de interceção de mísseis, que se esperam prontos "o mais rapidamente possível", o Ministério da Defesa japonês planeia destinar parte do orçamento suplementar deste ano e aumentar em 730 milhões de ienes (5,5 milhões de euros) o orçamento recorde de 5.260 milhões de ienes (39,6 milhões de euros) pedido para 2018.
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O Governo japonês tem previsto aprovar na sexta-feira a proposta dos orçamentos gerais do país para o próximo ano.
Não está ainda decidido para onde vão ser destacados os novos sistemas de defesa antimísseis, embora Tóquio espere que com eles garanta a cobertura de todo o país, onde até agora os únicos sistemas terrestres antimísseis eram os Patriot Advanced Capability 3 (PAC-3).
As últimas unidades do PAC-3 foram instaladas na ilha de Hokkaido (norte) em setembro, em resposta ao lançamento de dois mísseis pela Coreia do Norte que sobrevoaram essa região nesse mês e no anterior antes de se despenharem no mar.
Apesar de a Constituição do Japão estabelecer que o país apenas pode dotar-se de capacidades militares defensivas, o Executivo liderado pelo conservador Shinzo Abe impulsionou uma reinterpretação desta norma para alargar as competências neste domínio.
Desde a chegada ao poder de Abe, em finais de 2012, o orçamento da Defesa aumentou anualmente de forma sustentada num contexto de constante tensão na península coreana perante a ameaça que representa o avanço do programa nuclear e de mísseis da Coreia do Norte e de contendas territoriais com a China.