Mundo
23 novembro 2019 às 21h01

Israel. Gantz quer formar "amplo Governo" com apoio de deputados de Netanyahu

Proposta do líder da oposição surge depois de o primeiro-ministro ter sido acusado formalmente de corrupção.

DN/Lusa

O líder da oposição israelita, Benny Gantz, convidou hoje os apoiantes do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, para uma reunião destinada a formar um "amplo Governo", dois dias depois de o chefe de Governo ter sido acusado de corrupção.

Os dois principais partidos israelitas -- Likud (direita), de Benjamin Netanyahu, e Azul e Branco (centro), de Benny Gantz -- saíram empatados das eleições de 17 de setembro, sem que tenham sido capazes, até agora, de encontrar uma solução governativa de apoio maioritário no Parlamento.

Para evitar uma terceira eleição em menos de um ano, o Presidente israelita, Reuven Rivlin, instruiu esta semana o parlamento a encontrar uma solução de Governo, que se tornou ainda mais difícil com o anúncio da acusação formal de corrupção sobre Benjamin Netanyahu, na quinta-feira.

"Dadas as circunstâncias, proponho-me formar o mais amplo Governo possível, sob a minha direção", disse este sábado Benny Gantz, numa conferência de Imprensa, em Telavive.

O líder do Azul e Branco apelou para que os apoiantes de Netanyahu se reúnam com ele, para procurar uma solução, que integre os dois partidos numa solução de Governo rotativo.

"Eu serei primeiro-ministro nos dois primeiros anos", propôs Gantz, permitindo a Benjamin Netanyahu que lidere o Governo nos dois últimos anos da legislatura, "se já estiver liberto do caso judicial e puder exercer o cargo".

Gantz referia-se ao caso de justiça que envolve três acusações de corrupção, que o tornou o primeiro chefe de Governo em Israel a enfrentar os tribunais enquanto em funções, amplificando ainda mais a crise política.

Até agora, Benjamin Netanyahu colocava como condição 'sine qua non' para um entendimento com Gantz a possibilidade de ser ele a iniciar a legislatura no lugar de primeiro-ministro, que ainda ocupa interinamente desde as eleições de setembro.

Para responder à exigência do Presidente israelita, o parlamento precisa agora de encontrar uma solução governativa que garanta o apoio de pelo menos 61 dos 120 deputados.