O antigo primeiro-ministro Tony Blair lançou hoje uma nova campanha para persuadir os britânicos a mudarem de opinião sobre a saída do país da União Europeia (UE).
Blair exortou os eleitores a manifestarem-se contra a decisão do governo de sair da UE a qualquer custo, considerando que tal pode prejudicar as futuras gerações.
O político argumentou que o voto no referendo do ano passado pela saída foi "baseado num conhecimento imperfeito" e que os britânicos votaram sem conhecerem as verdadeiras condições do Brexit.
"Como as condições se vão tornando mais claras, é direito deles mudarem de opinião", disse, adiantando: "A nossa missão é persuadi-los a fazê-lo".
Blair disse que abandonar o bloco de 28 nações não é inevitável e que os que defendiam o Brexit se aproveitaram de um clima de revolta decorrente em parte das mudanças na economia global.
O antigo chefe do governo britânico (1997-2007) adianta que os defensores do Brexit poderão dizer que "a vontade do povo não pode mudar", mas a sua opinião é de que "pode".
Anunciou planear formar um instituto e construir uma aliança cruzando as linhas partidárias para criar um movimento de peso e alcance que combata a noção de um Brexit a qualquer custo.
O antigo líder trabalhista disse que o governo da primeira-ministra Theresa May ficou obcecado com o Brexit e que está a ignorar questões urgentes sobre os desafios da economia moderna, o Serviço Nacional de Saúde, o impacto da globalização nas comunidades e a controlo da imigração.
"Este não é o tempo para a retirada, a indiferença ou o desespero. Mas o momento de nos levantarmos em defesa do que acreditamos", disse.