24 outubro 2016 às 17h08

Tensão e protestos no maior campo de refugiados na Bulgária

Migrantes na Bulgária protestam por estarem retidos no país contra a sua vontade e exigem o direito de partir para a Sérvia

Lusa

Cerca de 300 migrantes afegãos desencadearam esta segunda-feira um protesto no maior centro de acolhimento para refugiados na Bulgária, para exigir a possibilidade de alcançarem a Europa ocidental, indicou a ONG Comité de Helsínquia para os direitos humanos (HCHR).

"Protestam pelo facto de estarem retidos na Bulgária contra a sua vontade e exigem o direto de partir para a Sérvia, e daí para a Europa [ocidental], precisou à agência noticiosa France-Presse Ilina Savova, da secção búlgara da organização, ao referir-se a "cerca de 300 afegãos" em protesto no centro de Harmanli, perto da fronteira turca.

O ministério do Interior confirmou esta segunda-feira um ambiente de "tensão" no centro, sublinhando no entanto que apenas se relacionam com "as condições de vida" e não fornecendo números.

Harmanli, o principal centro de acolhimento de migrantes na Bulgária, alberga cerca de 3800 pessoas, metade de nacionalidade afegã. Os 'media' não foram autorizados a aproximarem-se do local.

A Bulgária reforçou desde o verão o controlo dos migrantes, para além de uma vigilância reforçada na fronteira sérvia, dificultando o trânsito através do país. De acordo com estimativas, a maioria dos 16.000 migrantes que entraram na Bulgária desde o início de 2016 ficaram bloqueados no país balcânico.

Sófia prevê a construção de três novos campos junto à fronteira com a Turquia para enfrentar uma eventual chegada em massa de migrantes, anunciou na sexta-feira a ministra do Interior, Roumiana Batchvarova.

Na vizinha Macedónia (FYROM), há mais de oito meses que 15 famílias que fugiram das guerras na Síria e Iraque também permanecem bloqueadas no campo de Tabanovce, na fronteira com a Sérvia.

Estes refugiados afirmam que não pretendem solicitar asilo na Macedónia, pelo facto de familiares já estarem instalados na Alemanha, mas não podem seguir viagem devido ao encerramento das fronteiras.