22 fevereiro 2016 às 15h01

Publicitário que fez campanha de Dilma Rouseff foi preso

Detenção aconteceu no âmbito da operação Lava jato, que investiga casos de corrupção na Petrobras.

Lusa

A Polícia Federal do Brasil desencadeou a 23.ª fase da operação que investiga os casos de corrupção na Petrobras, prendendo o publicitário João Santana, responsável por campanhas eleitorais do Partido do Trabalhadores (PT), da Presidente Dilma Rousseff.

Segundo a investigação policial, empresas com sede em paraísos fiscais e ligadas à construtora Odebrecht fizeram transferências no valor de 2,7 milhões de euros (3 milhões de dólares) para contas do publicitário na Suíça, entre 2012 e 2013.

A ação policial foi realizada no início da manhã de hoje nas cidades de São Paulo, Campinas e Poá, Salvador, Camaçari, Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Mangaratiba e Petrópolis.

A operação cumpriu medidas cautelares emitidas pela Justiça em conexão com um suposto responsável por fazer pagamentos ilícitos da Petrobras e um grupo de pessoas.

A operação Lava Jato investiga grandes empresas brasileiras que obtiveram contratos manipulados da Petrobras, inflacionando os valores nas licitações e dividindo a diferença com ex-diretores da petrolífera e políticos que apoiaram aquelas manobras.

Além da Odebrecht, cerca de vinte outras companhias e cinquenta políticos estão a ser investigados, muitos deles integrando partidos da base política que apoia no Congresso de Deputados (parlamento) o governo de Dilma Rousseff.

A própria Petrobras reconheceu, num balanço divulgado no ano passado, que entre 2004 e 2014 teve prejuízos financeiros superiores a 2 mil milhões de euros com desvios de dinheiro e corrupção.