22 abril 2018 às 00h06

Trump considera perdão póstumo para campeão de boxe Jack Johnson

O presidente norte-americano Donald Trump está a ponderar um perdão póstumo ao primeiro campeão mundial de boxe negro, mais de cem anos depois de Jack Johnson ter sido condenado por um júri composto apenas por brancos.

DN/Lusa

Donald Trump anunciou, através da sua conta oficial na rede social Twitter, que o ator Sylvester Stallone, de quem é amigo, tinha ligado para lhe chamar a atenção para a história de Jack Johnson, condenado em 1913 por violar o 'Mann Act', que tornava ilegal o transporte de mulheres de um estado para o outro com propósitos 'imorais'.

"Os seus desafios e problemas foram grandes, a sua vida complexa e controversa. Muitos olharam para isto ao longo dos anos, a maioria achou que ia ser feito, mas sim, estou a considerar um Perdão Total", escreveu Trump.

Jack Johnson entrou para a história como o primeiro campeão mundial de pesos pesados negro, título que conquistou em 1908 e manteve até 1915.

Condenado a um ano e um dia de prisão, Jack Johnson foge para França com Lucille Cameron (uma das três mulheres brancas com quem se casou, o que na época gerou controvérsia). Nos sete anos seguintes viveu na Europa, América do Sul e México. Acabou por se entregar em 1920 às autoridades.

Foi pugilista até 1938, com 60 anos.

Fã de automóveis e de velocidade, morreu em 1946 num acidente de automóvel.

A história de vida de Jack Johnson foi ficcionada na peça de teatro The Great White Hope, protagonizada por James Earl Jones, que venceu um Pulitzer e um Tony Award e foi depois adaptada ao cinema, em 1970, com o mesmo ator a vestir a pele de Jack Johnson.