01 outubro 2018 às 11h38

34 crianças de um acampamento cristão morreram no tsunami

Número de vítimas mortais do sismo que atingiu o país na última sexta-feira subiu para 844, mas o balanço pode vir a aumentar

DN com Reuters

Trinta e quatro crianças que estavam a participar num acampamento cristão na ilha de Sulawesi morreram quando o local foi atingido pelo terramoto e tsunami, na sexta-feira passada. Estas são algumas das mais de 840 vítimas já contabilizadas pelas autoridades indonésias, que admitem que o número irá aumentar.

"Os meus voluntários encontraram 34 corpos enterrados por baixo dos destroços do tsunami... Crianças desaparecidas que estavam a fazer um acampamento bíblico", disse a porta-voz da Cruz Vermelha da Indonésia, Aulia Arriani, sobre a situação em Sigi.

Sulawesi é uma das cinco principais ilhas do arquipélago da Indonésia propenso a sismos, e fica situada em várias linhas de falha. Tem sido afetada por vários tremores de terra.

As autoridades da Indonésia ainda estão à procura de sobreviventes, à medida que chegam relatos de devastação de áreas remotas. Uma preocupação particular é Dongala, uma região com 380 mil pessoas situada a norte de Palu e próxima do epicentro do terramoto, bem como outros dois distritos onde as comunicações foram cortadas.

Nas comunidades atingidas pelo terramoto as equipas de resgate encontraram dezenas de pessoas presas nos escombros de vários hotéis e de um centro comercial em Palu, a cerca de 1500 quilómetros a nordeste de Jacarta, bem como centenas de indivíduos soterrados na sequência de deslizamentos de terra que atingiram várias localidades.

Em declarações aos jornalistas, o presidente do país, Joko Widodo, considerou que a prioridade é salvar estas pessoas.

"A evacuação ainda não acabou. Há vários locais onde a evacuação não pode ser feita por causa da falta de equipamentos pesados. Porém, o equipamento começou a chegar na última noite", afirmou Widodo. "Vamos enviar o maior número de alimentos que conseguirmos através dos aviões Hércules, diretamente de Jacarta", disse, referindo-se aos aviões militares C-130.

Posteriormente, a agência de desastres indonésia disse que era necessário mais equipamento pesado e pessoal para recuperar corpos.

Durante a última noite uma mulher foi encontrada viva nas ruínas no bairro de Balaroa, em Palu, onde cerca de 1700 casas foram engolidas pelo tremor de terra, de acordo com a agência nacional de resgate.

"Não sabemos quantas vítimas podem estar enterradas no local, estima-se que sejam centenas", disse Sutopo Purwo Nugroho, porta-voz da Agência Nacional de Mitigação de Desastres.

Dos 844 mortos confirmados, 23 residiam em Palu, uma cidade com 380 mil habitantes, onde as autoridades estão a preparar uma vala comum para enterrar as vítimas, à medida que forem identificadas.

O trabalhador humanitário Lian Gogali, que se deslocou ao distrito de Dongala de motociclo, disse que milhares de pessoas estão a precisar de alimentos e medicamentos a tentar deixar o local, mas as equipas de socorro ainda estavam a chegar e as estradas estavam bloqueadas. "É devastador", disse à Reuters através de uma mensagem.