Hollande diz que excessos de Trump são "repugnantes"
Eventual vitória de candidato republicano poderia significar a abertura aos ideais de direita ou a procura de uma "correção", diz presidente francês
O presidente francês François Hollande voltou a criticar, esta terça-feira, a atitude do candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, cujos "excessos" considerou "repugnantes". Hollande sublinhou ainda que a eventual vitória do magnata do imobiliário nas eleições presidenciais norte-americanas significaria uma mudança na política mundial.
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"Os excessos dele provocam-me vómitos, mesmo nos Estados Unidos, especialmente quando - como é o caso de Donald Trump - troçou de um soldado, da memória de um soldado", afirmou o líder francês em referência aos comentários polémicos emitidos pelo candidato republicano acerca dos pais de Humayun Khan, um soldado americano muçulmano morto no Iraque em 2004.
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François Hollande, que falava à Association de la presse présidentielle, realçou também a importância da corrida eleitoral americana, à qual chamou uma "eleição global". O presidente declarou que a vitória de Trump poderia significar a abertura da política internacional aos ideais e candidatos conservadores e de direita ou a procura de uma "correção".
Hollande, que ainda não apresentou oficialmente a sua candidatura às eleições francesas a decorrer em 2017, enfrentará dois sérios desafios: o partido republicano de centro-direita (liderado pelo antigo presidente francês, Nicolas Sarkozy) e a Frente Nacional, partido de extrema-direita, comandado por Marine Le Pen.
O presidente francês disse também que durante esta campanha eleitoral têm sido ouvidos "comentários ofensivos e humilhantes" e que que os políticos "devem ser respeitados quando são respeitáveis", avança a Reuters.
Esta não é a primeira vez que Hollande critica a posição de Trump. Depois do atentado de 26 de julho, na Normandia (norte de França), do qual resultou a morte de um padre católico, Trump declarou: "A França já não é a França". Nessa ocasião, Hollande respondeu: "A França será sempre a França. Nunca desiste, porque ainda tem ideais, valores e princípios que são reconhecidos internacionalmente."