Macron apresenta queixa por "notícia falsa" sobre conta 'offshore'
O candidato presidencial francês Emmanuel Macron apresentou hoje queixa contra desconhecidos por "propagação de notícia falsa" depois de a adversária, Marine Le Pen, o ter questionado sobre "uma conta 'offshore' nas Bahamas", anunciou a sua campanha.
"Não hesitaremos em processar por difamação quem quer que retome esta informação falsa", disse fonte da campanha à agência France-Presse.
Fonte próxima do processo citada pela mesma agência disse que a queixa visa "elementos que circulavam na quarta-feira à noite na internet" sobre uma pretensa evasão fiscal do candidato favorito à segunda volta das presidenciais, que se realiza no domingo.
O Ministério Público de Paris abriu um inquérito na sequência da queixa apresentada pelo candidato centrista, segundo fonte judicial.
Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão.
Na quarta-feira à noite, no debate televisivo entre os dois candidatos à segunda volta das presidenciais francesas, a candidata da extrema-direita, Marine Le Pen, afirmou: "Espero que não venhamos a saber que o senhor tem uma conta 'offshore' nas Bahamas".
O candidato centrista, antigo gestor de investimentos cujo escasso património suscitou questões, denunciou após o debate tratar-se de "uma difamação".
Já hoje, Emmanuel Macron negou a insinuação e criticou "falsos anúncios e mentiras" provenientes de "sites em alguns casos ligados a interesses russos" e acusou Marine Le Pen de fomentar "a manobra".
A notícia, disse Macron à rádio France Inter, foi lançada de forma precipitada, num "comportamento típico" da Frente Nacional: Le Pen lança "uma notícia falsa e as suas tropas na internet propagam-na".
A campanha de Macron divulgou hoje de manhã um comunicado que reconstitui as diferentes etapas da divulgação desta "notícia falsa", partindo de uma publicação anónima num fórum de discussão 'online', passando para as redes sociais, nomeadamente o Twitter, e daí para o debate.
A equipa eleitoral refere também "erros grosseiros", como imitações da assinatura de Macron em documentos, afirmando que "esta tentativa de desestabilização mobilizou meios importantes e assenta numa preparação minuciosa".
Também hoje, numa entrevista à rádio RMC e televisão BFMTV, Le Pen reconheceu não ter provas de que Macron tenha contas escondidas nas Bahamas.