"Brasil tem um governo de extrema-direita"
Considera que a política externa do Brasil, hoje, é de um nível que nunca viu, "inexplicável". Não entende a posição de afronta em relação ao maior parceiro comercial que o país tem no Mundo, a China, e considera que o Brasil elegeu um chefe: os Estados Unidos de Trump. Celso Amorim, que foi entre várias outras coisas ministro dos Negócios Estrangeiros de Lula da Silva entre 2003 e 2010, fala ainda, nesta entrevista ao Plataforma, das relações com Portugal, de uma possível reeleição de Bolsonaro, de Lula da Silva, Manuela d"Ávila e oligofrenia.
Entrou para o Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores do Brasil) em 1963, passou pelos governos da Ditadura Militar e diz que nem nessa altura viu algo assim. "A política externa brasileira hoje é a negação até do decoro diplomático."
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Aos 78 anos, Celso Amorim é um dos nomes mais respeitados de sempre da diplomacia brasileira, mas considera que o momento político, de assumir um cargo como o de vice ou até Presidente, já passou: "Estou muito velho já! Na próxima eleição já terei 80. Precisa de gente jovem." O mesmo não se pode dizer de Lula da Silva, que considera que se conseguir chegar como candidato às próximas eleições, em 2022, ganha. Mas isso, Lula ser candidato, é algo que não acredita que permitam que seja possível.
Por inerência de história pessoal, de experiência profissional, a mais de uma hora de conversa de Celso Amorim com o Plataforma rodou muito em torno da política externa, das relações do Brasil de hoje com o Mundo, e aí, disse várias vezes que não entende o que preside à subserviência aos Estados Unidos da América. Ou melhor, entende, só não acha concebível. "A submissão aos Estados Unidos é brutal, a submissão ao governo Trump é visceral."
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