Aliados de Merkel têm o pior resultado na Baviera desde 1950
Projeções dão 35,5% dos votos à CSU do ministro Horst Seehofer, mas o SPD também sofre uma queda acentuada e passa para quinta força política no estado, abaixo dos Verdes, dos Eleitores Livres da Baviera e da extrema-direita da AfD.
O partido irmão da formação da chanceler alemã Angela Merkel, a União Social Cristã (CSU), perdeu a maioria absoluta nas eleições regionais na Baviera, sul do país, alcançando o pior resultado desde 1950. Os Verdes, os Eleitores Livres da Baviera e a extrema-direita da Alternativa para a Alemanha (AfD) tiveram enormes subidas, relegando os sociais-democratas do SPD, também aliada de Merkel no governo federal, para a quinta força política no estado.
O partido irmão da União Democrata Cristã (CDU) na Baviera, tem 35,5% das intenções de voto nas sondagens à boca das urnas da ARD, uma queda de mais de 12% em relação às últimas eleições regionais, nas quais conseguiu 47,7% dos votos. É o pior resultado da CSU desde 1950, altura em que não conseguiram mais de 29% dos votos.
Os Verdes surgem em segundo com 18,5%, seguidos dos Eleitores Livres da Baviera com 11,5%, um partido que engloba várias associações e organizações independentes. Em quarto lugar surge a extrema-direita da Alternativa para a Alemanha (AfD), com 11%, que assim se estreia neste parlamento regional. A SPD tem 10%, segundo as projeções da ARD . Há cinco anos tinha tido 20,6% e era a segunda força política.
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A participação terá sido a mais elevada desde 1982, rondando os 72%,
Impacto no governo federal
A CSU, partido atualmente liderado por Horst Seehofer, que é também o ministro do Interior do executivo alemão, formou sempre governo na Baviera desde o final da segunda guerra mundial (sozinho ou em coligação), exceto no período entre 1954 e 1957, altura em que o Landtag (governo regional) foi presidido pelo Partido Social Democrata (SPD).
Atualmente a CSU lidera o parlamento regional da Baviera, presidido por Markus Söder (secretário-geral do partido), candidato também nestas eleições.
Seehofer deixou a liderança do governo da Baviera em março para ocupar um cargo no governo federal e quase levou à queda do executivo de Merkel com a sua defesa de uma política mais dura contra a imigração ilegal. Criticou a chanceler por causa da política de portas abertas para com os refugiados. Os analistas sugeriram que poderia demitir-se se a CSU tiver um mau resultado.
Durante a campanha, a chanceler recusou comentar a hipótese de as eleições na Baviera poderem desestabilizar o seu governo, dizendo que o seu bloco conservador está a passar por "tempos difíceis" e que esperava por um bom resultado da CSU.
"Qualquer que seja o resultado da eleição, Merkel sabe que se aproximam tempo difíceis", predizia este domingo o jornal Süddeutsche Zeitung.
No escrutínio de hoje, os mais de 9,4 milhões de eleitores votam para eleger o 18.º governo regional da Baviera. Sondagens diziam que cerca de metade ainda estavam indecisos no início da semana.