Advogado de "El Chapo" diz que presidente do México recebeu subornos

Tanto Enrique Peña Nieto como o seu antecessor, Felipe Calderón, já negaram as acusações nas redes sociais.

Um dos advogados do mexicano Joaquin "El Chapo" Guzmán, suspeito de ter dirigido um dos cartéis de droga mais poderosos do mundo, afirmou hoje que o presidente mexicano e o seu antecessor receberam subornos do cartel de Sinaloa.

O advogado Jeffrey Lichtman, na sua intervenção introdutória na abertura do julgamento de "El Chapo", que decorre em Nova Iorque, nos EUA, afirmou que centenas de milhões de dólares foram transferidos, em nome da organização, por Ismael "El Mayo" Zambada, coacusado no julgamento, mas que está em fuga.

"A verdade é que ele não controlava nada", alegou em relação ao seu cliente. Segundo Lichtman, El Chapo é um "bode expiatório" do governo mexicano. "Por que é que o governo mexicano precisa de um bode expiatório? Porque eles estão a ganhar muuito dinheiro com os subornos dos barões dos cartéis", acrescentou.

O atual presidente do México é Enrique Peña Nieto, que será substituído no cargo pelo já eleito Andrés Lopez Obrador, no dia 1 dezembro. Sucedeu a Felipe Calderón à frente dos destinos do país em 2012.

O porta-voz do governo mexicano, Eduardo Sánchez, já reagiu no Twitter às acusações: "O governo de Peña Nieto perseguiu, capturou e extraditou o criminoso Joaquim Guzmán Loera. As afirmações atribuídas ao seu advogado são completamente falsas e difamatórias."

Também Calderón negou as acusações na mesma rede social. "São absolutamente falsas e imprudentes as afirmações que se diz que fez o advohado de Joaquín 'El Chapo' Guzmán. Nem ele, nem o cartel de Sinaloa nem nenhum outro me fez pagamentos", escreveu.

Joaquin Guzmán, de 61 anos, é acusado de dirigir entre 1989 e 2014 o cartel de Sinaloa, que enviou para os EUA mais de 154 toneladas de cocaína e grandes quantidades de heroína, metanfetaminas e marijuana.

De acordo com as autoridades norte-americanas, "El Chapo" tornou-se o traficante mais poderoso do mundo após a morte do colombiano Pablo Escobar, em 1993. Se for condenado, Guzman arrisca a prisão perpétua.

"El Chapo" é também suspeito de protagonizar uma campanha de assassínios e sequestros e de branqueamento de milhares de milhões de dólares.

Preso pela primeira vez na Guatemala, em 1993, e após ser condenado a 21 anos de prisão, Guzmán escapou em 2001 de uma prisão de alta segurança de Puente Grande (estado de Jalisco).

Após 13 anos em fuga, foi capturado em 2014, mas escapou um ano mais tarde de uma prisão de máxima segurança de Altiplano, perto da Cidade do México, através de um túnel com 1,5 quilómetros.

Em janeiro de 2016, e após várias tentativas, o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, anunciou finalmente a captura de "El Chapo".

Um ano mais tarde, o suspeito foi extraditado para os Estados Unidos.

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