'Há Volta': 2000 quilómetros e 42 graus à sombra
Catarina Camacho, Mário Augusto e Tiago Góes Ferreira percorreram, na dianteira da Volta, 2000 quilómetros. O programa da RTP1, que celebra a sua décima edição, terminou com passeio no Tejo
Catraias, canoas, faluas e fragatas são tipos de embarcações que, antes dos motores, circulavam no rio Tejo. Para a abertura do 13º (e último) Há Volta, o programa de entretenimento da RTP1 que antecede o final de cada etapa da Volta a Portugal, Mário Augusto e Catarina Camacho embarcaram na canoa Gavião dos Mares. No meio do rio, entre veleiros, cacilheiros e outras embarcações, o jornalista e a apresentadora arrancam o derradeiro direto... antes de uma merecidas férias.
Uma hora antes, perto do meio-dia, Tiago Góes Ferreira e Catarina Camacho chegam ao plateau, montado no relvado da Ribeira das Naus. Ali mesmo ao lado, uns 200 metros à esquerda, a Praça do Comércio está repleta de camiões, palcos, carros da polícia, tudo para receber a chegada dos ciclistas na derradeira etapa da prova-rainha do ciclismo nacional. No edifício do Arsenal da Marinha, estão os camarins improvisados. A equipa técnica almoça com vagar (a montagem do plateau, que dura entre 3 a 4 horas, está terminada), enquanto os apresentadores se maquilham e passam em revista o alinhamento com o editor, Afonso Carboila.

Mário Augusto e Catarina Camacho apresentaram início do programa a borda de uma canoa no Tejo
© Pedro Rocha / Global Imagens
"É neste tipo de programas que se vê o verdadeiro sentido do serviço público", diz Mário Augusto. O jornalista de 53 anos que, desde 2013, também apresenta formatos de entretenimento, enfatiza o papel complementar do formato à transmissão da prova de ciclismo.
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"Este programa é especial, desde já, pela ligação com a Volta. Como experiência, é muito mais engraçado porque há todo um circo montado. Os corredores a chegar, a funzone...Tem muito a ver com a minha memória de infância da Volta a Portugal", recorda Mário Augusto, que é natural de Espinho.
Os telespectadores mais atentos do Há Volta terão reparado que Mário Augusto é o único do trio que não promove o número de valor acrescentado que dá direito, por sorteio, a um prémio. Isto acontece porque o apresentador é também jornalista, o que o impede de publicitar este tipo de segmentos. "É uma coisa que não posso fazer. Não me sentiria bem a fazê-lo. Essa questão legal acaba por proteger-me desse papel", explica.
Sem gasóleo a dez quilómetros da "meta"
Tiago Góes Ferreira apresenta o Há Volta pelo segundo ano consecutivo. Catarina Camacho está no formato há quatro anos. A dupla dividiu, ao longo das últimas duas semanas, o mesmo carro, percorrendo o país de lés a lés. "A forma de nos divertirmos é andarmos às turras (risos) ! Convivemos quase 24 horas por dia, só não dormimos juntos. Temos de criar algum método e o que escolhemos foi este. Mas funciona!", explica o apresentador madeirense de 32 anos.
Uma parceria sobre rodas que dá azo a algumas peripécias, como a que aconteceu logo no início da Volta, em Oliveira de Azeméis. "Ficámos sem combustível porque o Tiago andava a dizer há imenso tempo que tinha de ir por gasóleo... mas nunca punha. Então, reparámos que faltavam 10 quilómetros para terminar o gasóleo", recorda Catarina Camacho. "Começámos a discutir mas os quilómetros iam passando... Procurámos no GPS a bomba mais próxima e - isto é incrível - ficava a oito quilómetros. Foi sempre em ponto morto e ainda me enganei no caminho", acrescenta Tiago, entre gargalhadas.
Catarina Camacho, Mário Augusto e Tiago Góes Ferreira são o rosto visível de um verdadeiro "circo ambulante" de 80 pessoas. Ao longo de 13 dias, a caravana do Há Volta percorreu as cidades-meta da 78ª Volta a Portugal. Foram 2000 quilómetros (medidos no conta-quilómetros do carro de Mário Augusto), ao longo de duas semanas particularmente quentes. Em Braga o mercúrio chegou aos 42 graus durante a emissão. "Este, para mim foi o ano mais quente. Foi também o mais violento, não sei se é por estar mais velho. Em Braga foi terrível, em Macedo de Cavaleiros também foi muito violento. Em Fafe também custou um bocadinho, porque estava muito calor", confessa o jornalista.
O formato de entretenimento Há Volta celebra este ano a sua décima edição. Programa estreou-se em 2007, com a condução de Isabel Figueira.