Eurovisão bane bandeiras e põe Palestina e Kosovo ao lado do Estado Islâmico

A European Broadcasting Union (EBU) e, em concreto, o Festival da Eurovisão, voltam a estar no centro de uma polémica com contornos políticos. Desta vez, o tema são as bandeiras que os espectadores que vão ver ao vivo o certame de música, que este ano acontece em Estocolmo, poderão (ou não) exibir no Globe Arena.

Na passada quinta-feira à tarde, foi publicado no site oficial da sala de espectáculos e na plataforma da AXS, empresa que detém os direitos de venda dos bilhetes para o certame, um documento onde eram elencadas as bandeiras proibidas, na lógica de uma política de permissão apenas de "bandeiras oficiais" dos 42 países participantes ou de outros territórios membros das Nações Unidas.

A bandeira do autoproclamado Estado Islâmico foi incluída no mesmo lote de símbolos representativos de territórios como a Palestina, o Kosovo, a República do Nagorno-Karabakh, o País Basco ou a Crimeia.

Embora a EBU tenha, na sexta-feira, emitido um comunicado oficial no Facebook, explicando que o documento divulgado era "um rascunho" e que não foi criado para ser divulgado publicamente, tal não evitou uma onda de protestos.

O EH Bildu, principal partido político do país basco comunicou, através das redes sociais, que havia entrado em contato com a embaixada sueca, exigindo uma retificação. A queixa foi posteriormente apresentada e, depois da retificação feira pela EBU, o EH Bildu exigiu a retirada das bandeiras da Palestina, Kosovo e Nagorno-Karabakh

Dmitry Polonsky, vice-primeiro-ministro da Crimeia (território independente, anexado pela Rússia em 2014, anexação essa não reconhecida pela maioria dos estados-membro da ONU) também utilizou o Twitter para demonstrar o seu desagrado com a comparação das bandeiras elencadas ao símbolo do grupo terrorista Daesh.

O festival da Eurovisão realiza-se em Estocolmo nos próximos dias 10, 12 e 14 de maio. Portugal não participa na edição deste ano.