Decisão de demitir direção de informação da RTP "não tem nenhuma interferência política"
O presidente da RTP afirmou esta terça-feira, 1 de julho, que a decisão sobre a demissão da direção de informação da televisão na estação pública é da exclusiva competência do Conselho de Administração e afastou qualquer interferência política.
Nicolau Santos falava no painel "Debate da Nação dos Media", no âmbito do 34.º congresso da APDC que arrancou na Culturgest, em Lisboa, com o mote 'Business & Science Working Together' (Negócio & Ciência a Trabalhar Juntos).
Em 24 de junho, a direção de informação da televisão da RTP, liderada por António José Teixeira, foi demitida.
A demissão do diretor de informação "não tem de ter uma leitura política", afirmou o gestor.
"É da exclusiva competência do Conselho de Administração da RTP e não tem nenhuma interferência política", reforçou Nicolau Santos.
As "empresas têm ciclo" e o "António José Teixeira e a sua equipa fizeram um trabalho fantástico", salientou, referindo que agora se entrou noutra fase.
Aliás, "não é apenas o diretor da televisão que sai, não foi alvo que foi focado na direção de informação da televisão, espero contar com o António José Teixeira na RTP", referiu, apontando que o trajeto profissional do jornalista "passou por ciclos e terá seguramente novos desafios".
O presidente da RTP afirmou ainda que a empresa vai ter "resultados singificativamente negativos" este ano, mas em 2026 espera voltar a resultados positivos.
Nicolau Santos adiantou que a RTP tem "problemas interessantes para resolver", prosseguiu, recordando que a Contribuição para o Audiovisual (CA) está congelada desde 2016 e que, às vezes, há pequenos aumentos porque depende da instalação de contadores de eletricidade.
"A RTP tem de fazer o seu trabalho de casa até porque não sabemos qual vai ser o enquadramento do serviço público de media em Portugal", salientou.
"Estamos a tentar encontrar fontes alternativas de receita, mas temos muito de olhar para os custos", acrescentou.
Nos últimos 15 anos, a RTP teve resultados positivos sempre, mas "este ano vamos ter resultados significativamente negativos", afirmou.
O programa de rescisões voluntárias e o investimento vão impactar o resultado.
"Esperamos em 2026 voltar a resultados positivos", rematou.