22 fevereiro 2019 às 16h40

Trabalho nos transportes tem sido contaminado por "incendiários" - Presidente AMP

O presidente da Área Metropolitana do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues, disse hoje que o seu trabalho na área dos transportes "tem sido contaminado por alguns incendiários", remetendo para a próxima semana novos desenvolvimentos no caso do término dos autocarros.

Lusa

"Infelizmente, o meu trabalho tem sido contaminado por uns incendiários, mas eu acredito que no início da próxima semana vamos ter grandes notícias sobre o assunto [mudança do término dos autocarros no Porto], porque eu nunca desisto quando acho que ambas as partes têm razões para ceder mutuamente. Eu não desisto do diálogo", lamentou o autarca no final da reunião do Conselho Metropolitano do Porto (CMP).

Em causa está a polémica em torno da mudança dos término de autocarros de operadores privados da zona do Bolhão, no centro do Porto, para o Dragão, contestada por municípios e operadores.

O presidente da Câmara de Gondomar e coordenador da área dos transportes na Área Metropolitana do Porto (AMP), Marco Martins, mostrou-se hoje desagradado com a atitude da Câmara do Porto por, mais uma vez, ter decidido "sozinha", e anunciou o alargamento da gratuitidade dos passes até aos 15 anos.

Questionado sobre se a "ferida" entre a Câmara do Porto e a Câmara de Gondomar não estaria bem "sarada", Eduardo Vítor Rodrigues, lembrou que, como presidente da AMP, compete-lhe ser o "fiel da balança", pelo que, o que tem feito, nos últimos 15 dias, "é tentar chegar a um consenso entre o Porto e Gondomar".

"Nisto, como em tudo na vida, às vezes é mais perverso o efeito dos incendiários do que o trabalho de quem luta pela paz", sublinhou.

No dia 08 de janeiro, o presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins, exigiu "condições e carta-branca para trabalhar" para não abandonar o cargo de coordenador da área dos transportes na AMP.

O autarca de Gondomar disse então querer que fossem "repostas as condições de trabalho" que disse ter tido quando, enumerou, coordenou "processos como o alargamento de linhas do Andante, a descentralização da STCP ou mais recentemente a ajudar Matosinhos a resolver o conflito".

Estas declarações aconteceram no mesmo dia em que a Câmara do Porto revelou ao Conselho Metropolitano do Porto que ia suspender a delegação de competências na gestão da rede de transportes públicos naquela entidade.

Na sequência desta suspensão, a AMP enviou, no dia 12 de janeiro, uma carta ao presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, na qual informa que se desresponsabiliza pela solução encontrada para o término dos autocarros "imposta" por este município.

Tópicos: economia