"As pessoas estão sensibilizadas", afirmou Helton João, estudante de mestrado em Engenharia de Minas na Universidade de Ciência e Tecnologia de Pequim, e um dos responsáveis pela campanha. "Tenho recebido mensagens até de amigos distantes", contou à Lusa.
A campanha tem sido feita sobretudo através do Wechat, a mais popular rede social na China, e que funciona também como carteira digital.
"Há quem faça donativos monetários, mas temos também recebido vestuário", descreveu Helton João.
A China, um dos principais parceiros comerciais e investidores em Moçambique, é também um dos principais destinos para estudantes moçambicanos, sobretudo nas áreas de engenharia, economia e gestão, ao abrigo de bolsas de estudo oferecidas pelo Governo chinês.
Os órgãos estatais chineses têm noticiado o rasto de destruição causado pela passagem do Idai, que com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora, atingiu a região centro de Moçambique e, em particular, a cidade da Beira, na quinta-feira à noite, deixando os cerca de 500 mil residentes na quarta maior cidade do país sem energia e linhas de comunicação.
Pequim não se prestou ainda, publicamente, a mobilizar apoios para o país.
O Presidente da República moçambicano, Filipe Nyusi, anunciou na terça-feira que mais de 200 pessoas morreram e 350 mil "estão em situação de risco", tendo decretado o estado de emergência nacional.
O país vai ainda cumprir três dias de luto nacional, até sexta-feira.
A Cruz Vermelha Internacional indicou na terça-feira que pelo menos 400 mil pessoas estão desalojadas na Beira, em consequência do ciclone, considerando tratar-se da "pior crise" do género no país.
O Idai atingiu também o Zimbabué, onde as autoridades contabilizaram mais de 100 mortos, e o Maláui, onde as únicas estimativas conhecidas apontam para pelo menos 56 mortos e 577 feridos.