26 março 2019 às 23h29

Idai: Cruz Vermelha Canadiana vai montar hospital de campo em Moçambique

A Cruz Vermelha Canadiana vai montar um hospital de campo de emergência em Moçambique, na sequência da devastação originada pelo ciclone Idai, anunciou hoje a instituição em comunicado.

Lusa

O hospital, que vai ficar localizado na Beira, conta com 25 elementos, incluindo médicos, enfermeiros e técnicos, e vai "facultar cuidados de saúde urgentes às comunidades devastadas pelo ciclone tropical Idai".

Os 25 elementos da Cruz Vermelha, assim como três veículos Land Cruiser (que vão disponibilizar cuidados de saúde móvel) e ainda 53 toneladas de material médico, partiram hoje de Otava a bordo de um Boeing 747 de carga.

"O ciclone Idai causou uma grande crise humanitária na recente história de Moçambique, mesmo desconhecendo-se um balanço final das vítimas", afirmou Chiran Livera, diretor de Operações da Cruz Vermelha Canadiana.

Os elementos da Cruz Vermelha Canadiana chegam na quarta-feira a Moçambique e, 24 horas depois da chegada, poderão responder às necessidades urgentes das vítimas.

O hospital terá um centro cirúrgico, uma maternidade e salas de consulta. A unidade vai assegurar primeiros socorros, operações cirúrgicas, suporte de vida avançado, cuidados noturnos para cerca de 50 pacientes, 200 consultas por dia, serviços para crianças e ainda apoio psicológico.

"Infelizmente, sabemos que alguns dos maiores desafios de saúde mental ainda precisam de ser superados. A Cruz Vermelha Canadiana, com o apoio de alguns parceiros, vai fornecer apoio médico vital para aliviar a tremenda pressão que tem sido colocada nos serviços locais, incluindo a enfermeiros e médicos que têm trabalhado sem parar prestando cuidados urgentes", acrescentou o responsável.

A Cruz Vermelha está a pedir aos canadianos para apoiarem a resposta às vítimas do ciclone, apelando a donativos que podem ser efetuados em qualquer delegação daquela organização ou pelo telefone 1-800-418-1111.

A passagem do ciclone Idai em Moçambique, no Zimbabué e no Maláui fez pelo menos 786 mortos e afetou 2,9 milhões de pessoas nos três países, segundo dados das agências das Nações Unidas.

Moçambique foi o país mais afetado, com 468 mortos e 1.522 feridos já contabilizados pelas autoridades moçambicanas, que dão ainda conta de mais de 127 mil pessoas a viverem em 154 centros de acolhimento, sobretudo na região da Beira, a mais atingida.

As autoridades moçambicanas adiantaram que o ciclone afetou cerca de 800 mil pessoas no país, mas as Nações Unidas estimam que 1,8 milhões precisam de assistência humanitária urgente.

Entre os danos materiais, as autoridades moçambicanas registam mais de 90 mil habitações atingidas, das quais 50.619 ficaram totalmente destruídas, 24.556 parcialmente destruídas e 15.784 inundadas.

Foram ainda danificadas ou destruídas 3.202 salas de aulas, afetando 90.756 alunos, bem como 52 unidades de saúde.

Quase 500 mil hectares de terras ficaram inundadas.

Segundo o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades de Moçambique, o Idai atingiu a Beira no dia 14 de março com chuva forte e rajadas de vento de 180 a 220 quilómetros por hora.

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