17 julho 2017 às 13h08

Campanha "Vota Tâmega" sensibiliza candidatos autárquicos contra barragens

A associação ambientalista GEOTA anunciou hoje a campanha "Vota Tâmega" que quer travar a construção de quatro barragens no vale do Tâmega e sensibilizar os candidatos às autárquicas 2017 para o impacto negativo dos empreendimentos.

Lusa

O Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA) lançou a campanha "Vota Tâmega", no âmbito do projeto Rios Livres, com o objetivo de travar a construção das novas barragens no vale do Tâmega: Fridão, concessionada à EDP, e Daivões, Gouvães e Alto Tâmega concessionadas à Iberdola.

A associação disse, em comunicado, que trabalhou, durante vários dias, para "sensibilizar candidatos e candidatas a autarcas dos municípios afetados a assinarem a 'Declaração pelo Tâmega', um documento que defende um rio limpo, sem poluição e sem novas barragens".

No entanto, até ao momento, segundo a organização "nenhum dos candidatos assinou a declaração".

Para sensibilizar e esclarecer as populações sobre os impactos das barragens, o GEOTA realiza, entre terça-feira e domingo, mais uma "Caravana pelo Tâmega".

Uma equipa da associação vai passar por várias localidades para falar com as populações, informar sobre o tema e insistir que os candidatos às autárquicas 2017 para que assinem a declaração.

"Esta é a segunda Caravana pelo Tâmega. Percebemos na primeira edição, em novembro de 2015, que muitos munícipes do Vale do Tâmega não concordavam com estas obras, nem se sentiam representados pelos autarcas. Em ano de eleições vamos explicar aos candidatos e candidatas o quão destrutivas são estas novas barragens e dar ferramentas a quem vota para agir", explicou Ana Brazão, coordenadora do Projeto Rios Livres - GEOTA.

A responsável referiu que a campanha "pretende mostrar às candidaturas e às populações locais que uma barragem produz mais do que energia elétrica".

"Na verdade, este tipo de construções tem impactes profundos a nível financeiro, ambiental e patrimonial, que não se justificam, uma vez que as barragens do vale do Tâmega vão ser responsáveis pela inundação de mais de 1.856 hectares. Era como se a Ilha do Corvo, nos Açores, ficasse debaixo de água. Tudo isto para produzir cerca de 0,4% da energia consumida em Portugal", salientou.

O GEOTA referiu que países como a Suécia, Reino Unido, Espanha, França e Estados Unidos da América "já removeram mais de 4.955 barragens", no entanto, em Portugal, vão ser construídas quatro "barragens inúteis no vale do Tâmega".

O projeto do Fridão está parado, enquanto, no Alto Tâmega já decorrem as obras do Sistema Eletroprodutor do Tâmega (Daivões, Gouvães e Alto Tâmega), prevendo-se que estejam concluídas em 2023.

Tópicos: economia