16 janeiro 2019 às 06h51

Campanha luso-americana "Make Portuguese Count" não será afetada pelo "shutdown"

A campanha de registo de lusodescendentes no próximo censo, "Make Portuguese Count", não será afetada pela paralisação parcial da administração federal, disse à Lusa a diretora Marie Fraley, do Portuguese-American Leadership Council of the United States (PALCUS).

Lusa

A 15 meses do início do recenseamento geral da população nos Estados Unidos, a agência responsável pela organização do Censo 2020, U.S. Census Bureau, está a trabalhar com uma equipa muito reduzida devido ao "shutdown".

Marie Fraley explicou, no entanto, que "os Comités de Contagem Completa do Censo estão a trabalhar de forma independente nas suas comunidades", sendo esse o caso do PALCUS, que está por detrás da campanha luso-americana, "para ter tudo pronto quando o Census Bureau também estiver pronto".

Lançada no final do ano passado, a campanha é uma marca registada e tem como objetivo promover a identificação voluntária de lusodescendentes como portugueses no Censo 2020. Está inserida no Comité de Contagem Completa que foi criado pelo PALCUS em coordenação com o Census Bureau.

O "shutdown" provocou, entretanto, a suspensão da maior parte das atividades de recolha e publicação de dados do Census Bureau. Não há atualizações desde 22 de dezembro, data em que expirou o orçamento e falhou a aprovação de novo pacote pelo Congresso e Casa Branca.

O site da agência indica que a ausência de atualizações se deve a um "lapso do financiamento federal", remetendo para um comunicado do Departamento do Comércio, onde se insere o Census Bureau.

Segundo as contas da agência, citadas pelo Washington Post, será possível manter o funcionamento dos trabalhos relacionados com o censo durante mais seis a oito semanas.

O PALCUS está a trabalhar diretamente com o Census Bureau e criou o primeiro Comité de Contagem Completa de âmbito nacional, no qual se insere a campanha "Make Portuguese Count".

A iniciativa pretende garantir que a origem portuguesa é contabilizada nos formulários que serão distribuídos pelo Census Bureau a partir de 1 de abril de 2020, o que deverá resultar num aumento do número oficial de luso-americanos nos Estados Unidos, segundo as previsões do PALCUS.

Apesar de a organização ter discutido com o Census Bureau a hipótese de acrescentar "Português" como opção na definição de origem étnica que estará disponível no formulário, o questionário final não incluirá essa hipótese. Os lusodescendentes terão de escrever a origem numa linha em branco que será colocada em adição às opções já existentes.

De acordo com as estimativas do American Community Survey em 2016, havia cerca de 1,37 milhões de lusodescendentes nos Estados Unidos.

A paralisação parcial da administração federal deve-se ao desacordo entre o Congresso e o presidente Donald Trump quanto ao financiamento da construção do muro com o México, sendo que este é o "shutdown" mais longo da história dos Estados Unidos.

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