12 dezembro 2018 às 14h50

Câmara de Lisboa arrecada 274ME com venda de terrenos em Entrecampos

A Fidelidade Property comprou hoje à Câmara de Lisboa todos os terrenos que integravam a hasta pública da antiga Feira Popular e também uma parcela na Avenida Álvaro Pais, por um total de cerca de 274 milhões de euros.

Lusa

Os dois lotes e uma parcela de terreno que acolheram a antiga Feira Popular de Lisboa foram vendidos por 238,5 milhões de euros.

A Câmara de Lisboa esperava arrecadar 188,4 milhões com esta hasta pública, pelo que arrecadou mais 85,5 milhões do que o esperado.

As empresas Fidelidade Property Europe, SA., Dragon Method, SA., e MPEP -- Properties Escritórios Portugal, SA. tinham apresentado, no dia 22 de novembro, propostas relativamente a esta hasta pública, que decorreu hoje no Campo Grande.

A Fidelidade Property Europe, SA. apresentou propostas para todos os ativos, enquanto as outras empresas estavam interessadas em apenas dois deles.

A hasta pública, que durou cerca de duas horas e meia, foi hoje retomada depois de ter sido aberta no dia 23 de novembro.

Após sucessivos adiamentos motivados por questões levantadas pelo Ministério Público, esta foi a quarta vez que a Câmara de Lisboa tentou vender os terrenos este ano. O município também já tinha tentado prosseguir com o leilão em 2015, mas deparou-se com a falta de interessados.

Hoje, as propostas foram abertas em frente aos candidatos e, depois de analisadas, foram todas aceites pelo júri do concurso, não tendo havido desistências.

A primeira parcela (A) a ser leiloada foi aquela delimitada pela Avenida da República, a Praça da Estação, a Avenida 5 de Outubro e o novo arruamento que será feito no meio do terreno onde funcionou a feira.

Para esta parcela foram apresentadas três propostas, duas ao preço base (46,1 milhões de euros) e uma com mais dez euros, por parte da empresa vencedora.

Depois de uma licitação com 148 lanços de 250 mil euros cada, a Fidelidade Property Europe, SA. arrecadou o terreno por 83,1 milhões de euros, mais 37 milhões do que a câmara estimou.

Já o segundo lote (B1) - também parte integrante do conjunto principal, e delimitado pelo lote B2, por um futuro jardim público, pelo novo arruamento e pela Avenida 5 de Outubro, - contou com duas propostas, uma da Fidelidade e outra por parte da MPEP -- Properties Escritórios Portugal, SA., também pelo preço base, mais dez euros no caso da primeira empresa.

Depois de 164 lanços de licitação, a Fidelidade levou a melhor e adquiriu o terreno por 88,3 milhões de euros.

Já o lote B2, o último dentro do conjunto principal a ser leiloado, apenas contou com uma proposta, tendo sido alienado por 67,1 milhões de euros.

Quanto à parcela na Avenida Álvaro Pais, foi disputada ao longo de 30 lanços entre a Dragon Method, SA. e a Fidelidade Property Europe, SA., que acabou por arrecadá-la por 35,4 milhões de euros, mais 7,5 milhões face à base da licitação.

Este leilão constituiu o arranque da chamada Operação Integrada de Entrecampos, que prevê a construção de 700 fogos de habitação de renda acessível naquela zona da capital (515 construídos pelo município) e de um parque de estacionamento público na Avenida 5 de Outubro. A operação está orçada em 800 milhões de euros, dos quais 100 milhões serão responsabilidade do município.

Nos terrenos da antiga Feira Popular vão nascer mais 279 habitações, que serão colocadas em regime de venda livre, e escritórios, que a autarquia prevê que levem à criação de 15 mil novos empregos.

Entretanto, numa nota enviada aos jornalistas, a empresa a quem foram adjudicados os terrenos de Entrecampos apontou que ali irá nascer a "nova sede do grupo em Lisboa", projeto que "teve início há cerca de um ano".

A Fidelidade refere que "dá, assim, mais um passo para concentrar, numa única localização, os vários serviços dispersos por vários edifícios da cidade, conseguindo, desta forma, não só proporcionar melhores condições de trabalho, mas também reforçar os seus rácios de eficiência".

A seguradora considera também que este empreendimento será "um ícone" de Lisboa, constituindo um "passo no processo de reconfiguração do portfolio imobiliária da companhia".

Tópicos: economia