Serviços secretos russos dizem que situação na fronteira está "sob controlo"
Segundo o Kremlin, Putin anulou uma deslocação prevista para esta quinta-feira ao Cáucaso russo para acompanhar a evolução da situação em Briansk.
A situação na região russa de Briansk, fronteiriça com a Ucrânia e onde as autoridades denunciaram a incursão de "sabotadores" ucranianos, está "sob controlo", indicaram esta quinta-feira os serviços secretos russos (FSB), que afirmaram também ter encontrado explosivos.
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"A situação nas localidades do distrito de Klimovski, na região de Briansk, está sob controlo das forças da ordem. A zona está controlada e inspecionada. Foram encontrados um grande número de explosivos de diversos tipos e a desminagem está a decorrer", afirmou o Serviço Federal de Segurança (FSB, herdeiro do KGB), citado pelas agências noticiosas russas.
Os serviços secretos russos também confirmaram o balanço emitido pelo governador local, que se referiu à morte de um civil e a uma criança de 11 anos ferida após "sabotadores" terem disparado contra um veículo na cidade de Lioubetchané. A mesma fonte referiu que prossegue uma operação no terreno para neutralizar infiltrações através da fronteira que poderiam ter implicado a "tomada de reféns".
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Em Moscovo, o porta-voz do Kremlin (Presidência russa) também se pronunciou sobre a incursão na manhã desta quinta-feira de um grupo armado de ucranianos na região de Bryansk, referindo-se a um "ataque terrorista", que Kiev desmentiu. "Foi um ataque efetuado por terroristas. Estão a decorrer medidas para eliminar estes terroristas", disse Dmitri Peskov.
Numa referência às medidas que Moscovo pode adotar a nível internacional, Peskov indicou que a Rússia continuará "a chamar a atenção do público mundial perante estes ataques terroristas" promovidos, segundo frisou, "por esta gente (terroristas ucranianos)". O ataque também foi mencionado pelo Presidente russo, Vladimir Putin, que denunciou um "ataque terrorista" nessa região do sudeste do país junto à fronteira com a Ucrânia.
A Presidência ucraniana desmentiu, por sua vez, estas alegações, ao referir-se a uma "provocação deliberada" destinada a justificar a operação militar de Moscovo na Ucrânia, que se prolonga há mais de um ano. Numa mensagem publicada na rede social Twitter, o conselheiro da Presidência ucraniana Mykhailo Podoliak sustentou que esta "história" de sabotadores "é uma provocação deliberada clássica". "A Rússia quer assustar a sua população para justificar" a ofensiva na Ucrânia, disse o conselheiro.
Diversas regiões russas já têm sido atingidas por bombardeamentos desde o início do conflito, mas as incursões de "sabotadores" são raras. Numa declaração transmitida via televisão, Putin falou num ataque cometido por "neonazis" e "terroristas" que "abriram fogo sobre civis". "Vamos esmagá-los", afirmou o chefe de Estado russo.
Segundo o Kremlin, Putin anulou uma deslocação prevista para esta quinta-feira ao Cáucaso russo para acompanhar a evolução da situação em Briansk. Em dois vídeos publicados nas redes sociais, quatro homens em uniforme apresentam-se como membros de um grupo de "voluntários russos" incorporados no exército ucraniano e que reivindicam uma infiltração em Briansk.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). As informações sobre a guerra na Ucrânia divulgadas pelas duas partes não podem ser confirmadas de imediato de forma independente.