Senado dos EUA aprova 40 mil milhões de dólares de ajuda à Ucrânia
"Este pacote [de ajuda] vai permitir-nos enviar ainda mais armas e munições para a Ucrânia, que defende a sua democracia e liberdade", destacou o presidente dos EUA.
O Senado dos Estados Unidos aprovou esta quinta-feira por larga maioria um pacote de 40 mil milhões de dólares de ajuda militar e humanitária para a Ucrânia enfrentar a guerra desencadeada pela invasão russa do seu território.
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A medida de envio de ajuda naquele valor (correspondente a cerca de 37,7 mil milhões de euros), aprovada com o voto a favor de 86 senadores e 11 contra e que tinha previamente passado na Câmara dos Representantes, será em breve assinada pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, para entrar em vigor.
A verba aprovada pelo Congresso é inclusive superior aos 33.000 milhões de dólares (cerca de 31 mil milhões de euros) que Biden tinha pedido em abril aos legisladores para apoiar Kiev na guerra contra Moscovo, iniciada a 24 de fevereiro.
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"Com esta aprovação, o Senado pode dizer ao povo ucraniano que a ajuda já está a caminho. Ajuda importante, ajuda que poderá contribuir para que os ucranianos saiam vitoriosos", disse no plenário o líder dos democratas no Senado, Chuck Schummer.
Por seu lado, o dirigente dos republicanos, Mitch McConnell, afirmou que a ajuda à Ucrânia "é muito mais que caridade", já que "a segurança dos Estados Unidos e os seus principais interesses estratégicos serão determinados pelo resultado desta luta".
A medida foi apoiada por todos os senadores democratas e quase todos os republicanos, com a exceção de 11, a maioria dos quais próximos do ex-presidente Donald Trump (2017-2021).
O mesmo pacote foi aprovado na semana passada pela Câmara dos Representantes com 368 votos a favor e 57 contra.
A aprovação destes 40.000 milhões de dólares ocorre quando o Governo norte-americano está prestes a esgotar os 13.600 milhões de ajuda aprovados pelo Congresso em março, depois de a Rússia iniciar a ofensiva na Ucrânia.
O novo pacote prevê o envio de armas e munições e inclui também assistência económica direta e ajuda humanitária, como o envio de alimentos.
Joe Biden aplaudiu a aprovação do Senado, que envia uma "mensagem clara ao mundo de que os EUA estão com a Ucrânia".
"Este pacote vai permitir-nos enviar ainda mais armas e munições para a Ucrânia, que defende a sua democracia e liberdade", declarou o presidente norte-americano na rede social Twitter.
I applaud Congress for passing the security package I requested and for sending a clear bipartisan message to the world that the U.S. stands with Ukraine. This package will allow us to send even more weapons and ammunition to Ukraine as they defend their democracy and freedom.
Desconhece-se ainda a data exata em que será assinado por Biden, que partiu esta quinta-feira para uma viagem à Coreia do Sul e ao Japão, mas espera-se que seja nos próximos dias.
O presidente da Ucrânia agradeceu a ajuda norte-americana, que representa uma "contribuição significativa para a restauração da paz na Ucrânia, Europa e no mundo".
I praise the Senate's approval of the Additional Ukraine Supplemental Appropriations Act of 2022. $ 40 billion is a significant contribution to the restoration of peace and security in Ukraine, Europe and the world. We look forward to the signing of the law by @POTUS
A guerra na Ucrânia, que hoje entrou no 85.º dia, causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas -- cerca de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,3 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A ONU confirmou hoje que 3.811 civis morreram e 4.278 ficaram feridos, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.