Quem és tu, Angela Kasner?
Indecisa. Voluntariosa. Paciente. Calculista. Fria. Implacável. Humanista. Forte. Fraca. Conservadora. Progressista. Após 16 anos como chanceler da Alemanha, a primeira mulher no cargo - que só na saída, aos 67 anos, se declarou, "depois de pensar muito", feminista -, e uma das figuras políticas mais marcantes deste século, mantém o mistério.
Quando se escrevem muitas biografias e perfis sobre alguém não é raro que o mesmo episódio tenha várias versões. É assim com Angela Dorothea Kasner. Por exemplo, que fez realmente na noite de 9 de novembro de 1989, quando uma declaração inesperada de um responsável governamental encorajou multidões a atravessar a fronteira entre as duas berlins, derrubando simbólica e literalmente o muro e iniciando um novo capítulo na história da Europa?
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A então já Merkel (foi casada de 1977 a 1982 com Ulrich Merkel, que conheceu quando eram os dois estudantes de Física na Universidade Karl Marx, em Leipzig, e cujo apelido nunca largou, nem mesmo quando tornou a casar, em 1998, com o colega químico quântico Joachim Sauer), de 35 anos, fez tudo como de costume - sauna depois do trabalho como doutorada em química quântica na Academia de Ciências de Berlim Leste e, a seguir, cervejas com os amigos - ou juntou-se à multidão radiante que atravessou a fronteira, acabando, "naquele dia incontornável", em casa de "uma família feliz da Alemanha Ocidental"?
É difícil que a própria não saiba o que aconteceu realmente (ou foram cervejas a mais?); certo é que as duas versões, a da certinha prudente e a da certinha mas capaz de entusiasmo e risco, coexistem até hoje. Pode ter sido afinal uma mistura das duas - começou aquela noite desconfiada, observadora não comprometida, e depois, à medida que ficava claro que não havia regresso e que o vento soprava para a liberdade, juntou-se à mudança. Aquilo, afinal, de que os seus críticos a têm acusado ao longo dos anos de reinado: de, não possuindo uma visão ou projeto próprios, levar muito tempo a decidir (ou a agir), vendo para que lado as coisas pendem, e, de repente, surpreender toda a gente com atitudes que podem até parecer temerárias.
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Há quem atribua essa forma de funcionar, que cunhou uma palavra nova - merkeln, ou "merkelar", pensar muito antes de fazer alguma coisa, ou simplesmente adiar as decisões, engonhar - ao facto de, apesar de nascida na Alemanha ocidental, em Hamburgo, ter crescido na República Democrática Alemã (RDA). O pai pastor protestante e a mãe professora fizeram o percurso inverso ao mais comum na época, quando quem podia se mudava para o lado ocidental - ele aceitou uma posição na RDA e poucas semanas após a filha nascer foram para lá. O muro que ela pode ou não ter atravessado na noite que mudou o mundo foi construído a partir de 1961, quando fez quatro anos; é num regime severamente vigiado pela Stasi, a ubíqua política política do regime, que se faz adolescente e adulta, facto a que é atribuída a capacidade de esconder as suas cartas e manter pacientemente a calma até ao momento decisivo.
"Ela aperfeiçoou a arte de governar pelo silêncio, sendo cautelosa, às vezes mesmo inescrutável, no que diz", descreve o jornalista Dirk Kurbjuweit (autor da biografia de 2009, Merkel, uma chanceler para todos?). "Espera e espera para ver para onde o comboio vai e depois salta lá para dentro".
A menina outsider que matou o pai
Em todo o caso, o desencontro nas histórias sobre esse seu momento na história que é a queda do muro só vai até ao momento de ir para casa: em todas as narrativas, não se deitou muito tarde porque no dia seguinte, como em todos os dias de trabalho (era uma sexta), levantava-se cedo. A horas para o resto da sua vida, que ia mudar radicalmente.
É que, pouco conforme ao retrato prudente e reflexivo que se faz dela, Merkel não perdeu tempo para entrar na política: inscreveu-se num partido fundado logo em dezembro, auspiciosamente intitulado Demokratischer Aufbruch (Começo Democrático), que começara como movimento em outubro de 1989, a partir de grupos ligados à igreja. Em fevereiro do ano seguinte já era porta-voz, cargo que desempenharia também, como adjunta, no novo governo da Alemanha de Leste, saído das eleições de março de 1990, ganhas pela Aliança pela Alemanha, de que o Começo Democrático fazia parte.
O partido fundir-se-ia em agosto com a União Cristã Democrática (CDU) da Alemanha de Leste, que por sua vez se fundiria em outubro com a sua congénere da Alemanha Federal, nas listas da qual Merkel foi, ainda no mesmo ano, eleita deputada, sendo de imediato convidada para o governo presidido por Helmut Kohl, como ministra das mulheres e da juventude. É como "a menina de Kohl" (Kohls Mädchen, a alcunha que lhe puseram) que passa, aos 37 anos, a adjunta do líder na direção do partido quando o número dois, Lothar de Maizière, que dirigira a CDU de Leste, se demite em setembro de 1991 ao ser acusado de ter trabalhado para a Stasi.
Uma ascensão fulgurante para a rapariga loura, de cabelo curto, sandálias e roupas mal-enjorcadas, ao melhor estilo da Alemanha de Leste, que os seus colegas mais sofisticados da CDU ocidental queriam ensinar a vestir "como deve ser", inclusive, a crer no que se diz, oferecendo-se para lhe pagar um conjunto ou outro, e que depois das legislativas de 1994 passa a ministra do Ambiente. Mais seis anos e é eleita líder do partido - a primeira mulher e a primeira não católica no cargo - depois de espetar uma longa faca nas costas do mentor Kohl, que queria Wolfgang Schäuble (que tão bem conhecemos como o desalmado ministro das Finanças de Merkel nos anos da troika) como sucessor.
A "traição" ocorreu depois de Kohl ser, em 1999, acusado de aceitar financiamentos ilegais. A sua menina fez publicar em dezembro desse ano um texto em que apelava à sua demissão, exortando o partido a afastar-se dele.
Este "matar do pai", que muito contribuiu para a popularidade de Merkel, expõe aquilo que Jonathan Powell, ex-chefe de gabinete do primeiro-ministro britânico Tony Blair, descreveu à BBC como o caráter implacável da alemã: "Uma das coisas que as pessoas não percebem sobre ela é que é uma política cruel. A forma como lidou com todos os seus rivais na CDU foi extraordinariamente maquiavélica."
Cega na crise do euro
Crueldade não é, de facto, a primeira ideia que vem à cabeça quando olhamos para a habitualmente serena e contida Merkel, a quem os alemães passaram a partir de certa altura a chamar Mutti ("mãezinha"), e cujo surpreendente gesto de generosidade humanista em 2015, ao acolher um milhão de refugiados sírios, lhe valeu ser entronizada pela Time como "a chanceler do mundo livre" e pela CNN como "líder moral do Ocidente".
É sobretudo essa imagem de bondade arriscada (muito bem vista fora do seu país mas muito criticada dentro, acalentando a subida da extrema-direita, que nas eleições de 2017 irrompeu pelo parlamento), mais a muito elogiada capacidade de gerar consensos e recente OK ao multimilionário Plano de Recuperação e Residência (PPR, vulgo bazuca) para fazer face à pandemia, que fica como marca dela no momento da despedida.
Mas tivemos, país, ocasião de provar a faceta cruel da líder alemã. Em maio de 2011, no meio da tempestade da crise do euro, ouvimo-la, num discurso invulgarmente (para ela) violento, vociferar contra "os países do Sul", os perdulários que, segundo ela, gozariam muito mais férias que os do Norte e se reformariam muito mais cedo. "Nos países como a Grécia, Espanha e Portugal as pessoas não se deviam reformar mais cedo que na Alemanha, devíamos fazer todos o mesmo esforço", declarou. "Não podemos ter uma moeda comum em que uns têm muitas férias e outros muito poucas."
Como foi logo frisado (até pelos media germânicos), as afirmações castigadoras da chanceler não correspondiam à verdade - a média de dias de férias dos alemães era 30, contra 22 em Portugal, por exemplo; a idade legal da reforma cá era então 65 (e indexada à esperança média de vida, ou seja, destinada a crescer, como sucedeu), igualzinha à alemã.
"A crise do euro foi o grande ponto cego do mandato dela". Vítor Constâncio, ex vice-presidente (2010/2018) do Banco Central Europeu, não deixa esquecer aquilo que vê como "um erro muito grande da chanceler, o de delegar todas as decisões económicas em Schäuble [o seu ministro das Finanças]". Tal aconteceu, crê, porque "ela não sabia nada de economia." O resultado foi "a interpretação da crise como resultado do laxismo dos países do Sul e uma receita absurda de austeridade extrema".
Algo que, na análise do ex-número dois de Mario Draghi, vem na sequência de outro erro histórico, o facto de em 2009, no pico da crise financeira internacional, a Alemanha ter introduzido a regra de que o défice estrutural alemão não pode ser maior que 0,35% do PIB, e se exceder este valor tem de repor o excesso nos anos subsequentes. "Isso passou a regra constitucional, que exportaram para a Europa em 2011", prossegue Vítor Constâncio. "É também isso que explica que o investimento líquido interno tenha caído no mandato de Merkel."
E lembra mais um episódio que a seu ver demonstra não só a inépcia da chanceler em assuntos económicos como a sua quota de responsabilidade na tragédia que assolou uma parte da Europa: "Em outubro de 2010, quando já há a crise grega, ela reúne-se em Deauville com Sarkozy [o então presidente francês] e concordaram que deveria haver uma reestruturação da dívida grega. Isso teve um efeito de contágio nos mercados e fez subir muito as taxas de juro da dívida pública de Portugal, Espanha, etc. Esse erro de Deauville agravou, por contágio, a crise da dívida noutros países, e contribuiu, juntamente com a austeridade orçamental (essa a grande responsável), para a segunda recessão que só a Europa teve em 2012/2013."
O economista português reconhece-lhe porém uma semi-redenção para estes erros: "Em 2015 o Schäuble queria expulsar os gregos e ela não deixou."

Com o líder da CDU e chanceler (1982/98) Helmut Kohl, que a convidou para ministra do primeiro governo da Alemanha unificada, de quem foi chamada "a menina" e de quem reclamou a demissão em 1999.
Não admite erros, mas aprendeu com eles
Tem sido considerado que o "abrir de cordões à bolsa" de Merkel na bazuca pandémica é uma espécie de mea culpa face à posição alemã na anterior crise europeia. Porém nunca a ouvimos dizer publicamente que errou. Nem em privado - pelo menos que o primeiro-ministro António Costa, sempre sentado a seu lado nas reuniões do Conselho Europeu (são os lugares indicados para os dois países), tenha ouvido.
"Nunca admitiu isso, que cometeu erros. Mas no que respeita a Portugal acho que a experiência anterior, e aquilo que foi a gestão dela nessa crise, a levou a perceber que era preciso fazer diferente. É muito claro que aprendeu com o que aconteceu há 10 anos e que percebeu que é possível, com outras políticas, conseguir melhores resultados. Nunca a vi fazer coro com o Schäuble, por exemplo. No que nos diz respeito, desde o princípio encontrei abertura da parte dela para conseguirmos ultrapassar a austeridade. Dizia que não discutia as políticas e, à medida que foi vendo os resultados, teve uma posição muito construtiva. Como na elaboração dos Planos de Recuperação e Resiliência e na aceitação da emissão de dívida conjunta com objetivos contratualizados e com metas concretas, quando a discussão se colocou."
Há pois, na perspetiva de António Costa, a Merkel da crise do euro e a Merkel pós crise do euro: "As duas marcas da nova fase são o acolhimento dos refugiados e a emissão da dívida para fazer face à pandemia."
Mas mesmo na fase anterior à pandemia, relata o socialista português, "ela nunca se colou aos frugais [o grupo da Holanda] e tentou fazer pontes. Elogiando-lhe a simpatia e o "grande sentido de humor" considera que "foi possível estabelecer com ela uma ótima relação pessoal", vendo "com muita pena a sua partida, porque desempenha um papel que dificilmente será preenchido. Era um fator aglutinador: ela ouve efetivamente os outros e fica a pensar no que os outros lhe dizem, e depois procura entendimentos."
O antecessor de Costa, Pedro Passos Coelho, começou a relacionar-se com a chanceler ainda como líder do PSD, em 2010, nas reuniões do Partido Popular Europeu (PPE) que precediam as do Conselho Europeu. "Conversava mais com ela porque era uma peça chave nas decisões europeias. E parece-me difícil não concordar que é uma personagem muito especial. Não conheço ninguém, pelo menos no meu tempo de vida, com uma longevidade governativa, em democracia, com a dela. E teve um papel crítico no processo de construção europeia, mesmo se é uma pessoa que reage mais aos problemas do que os antecipa. Procura reagir sem romper com os equilíbrios, quer na Europa quer na Alemanha."
Não surpreendentemente, o ex PM que quis "ir além da troika" prefere não responder quando lhe é perguntado se considera que a decisão sobre a bazuca corresponde a uma admissão de erro de Merkel na crise anterior. "Não posso responder por ela. Vou ouvindo a retórica de que agora a Europa é solidária, não é austera - mas é uma retórica política. Creio que as circunstâncias que estão associadas à crise pandémica não são de todo comparáveis às que estão na base da chamada crise das dívidas soberanas. O próprio comportamento das instituições é muito diferente." Mas, a esta distância, vê a austeridade como um erro? "A austeridade nem foi errada nem deixou de ser."
O problema, para Passos Coelho, é mais geral, o de se ter criado uma moeda única sem união política, numa "incompletude arquitetónica deliberada". E exemplifica com o PRR, o estímulo económico de 750 mil milhões de euros a que se dá o nome de bazuca: "É uma novidade, sim senhor. Será o embrião de um tesouro europeu? Vai haver impostos europeus? Ou continuamos a achar que há almoços grátis e que se pode distribuir o dinheiro por toda a gente sem haver contas para pagar? Não é por acaso que quando o programa foi aprovado veio lá escrito que é a título excecional. Se houver um subsídio de desemprego na Europa, se não for para os alemães pagarem, têm de existir impostos europeus."
A consolidadora de reformas alheias
O líder da coligação PDS/CDS-PP que governou de 2011 a 2015 não tem só críticas para a arquitetura europeia; reserva algumas a Merkel: "A Alemanha teve muita estabilidade durante muito tempo mas não fez uma reforma estrutural."
Lembrado do facto de que em 2011, a seguir ao desastre da central nuclear japonesa de Fukushima, a chanceler, impressionada com a dimensão do desastre num país conhecido pelo rigor na segurança e pressionada pela opinião pública, tomou a decisão (contrária ao que ela própria antes defendera) de fechar de imediato sete centrais alemãs e as restantes 10 até 2022, Passos admite que se tratou de uma reforma estrutural. "Sim, fez essa opção de fundo, que teve importância e que saiu cara ao país e às empresas, porém deve ser vista como algo a favor dela. Mas durante os anos em que esteve no poder, o investimento público caiu muito no país. E não há nenhuma área particular, seja a laboral ou a da concorrência, a da saúde ou segurança social, em que tenha feito outras reformas. A Alemanha continua a viver de reformas estruturais que fez há muito. Só pode não as fazer porque ninguém as fez."
Num longo e recomendável ensaio publicado a 15 de setembro no New Statesman, o jornalista Jeremy Cliffe justifica em parte essa ausência de espírito reformista. Os 16 anos de Merkel, sublinha, seguiram-se a 16 de grande mudança e reforma (lembrar que a reunificação ocorrera há apenas 15 quando ela ascendeu ao poder), pelo que esteve sobretudo a administrar e a aprofundar essas reformas.
Cliffe exemplifica: o governo Schröder, dos sociais-democratas (SPD) com os Verdes, tinha alargado as licenças de maternidade e paternidade, aprovado as uniões de facto, alterado a lei de cidadania para permitir a naturalização de milhões de imigrantes sem raízes alemãs e feito reformas de modo a tornar o país economicamente mais competitivo. Merkel, que na maior parte do tempo em que governou se aliou ao SPD, esbatendo as diferenças entre os dois partidos, prosseguiu o que fora iniciado (aumentou licenças de parentalidade, criou, pela mão da sua então ministra Ursula Von der Leyen, uma rede de creches, permitiu, em 2017, aprovar o casamento de casais do mesmo sexo - mesmo se votou contra) e procurou acautelar algumas das consequências das reformas laborais dos seus antecessores, presidindo em 2015 à criação do primeiro salário mínimo num país onde este nunca existira.
Outra vez um ser humano
Entretanto, fora da Alemanha, foi o que se sabe: a crise financeira, a crise do euro, a crise ucraniana (com a invasão russa da Crimeia) em 2014, a crise migratória em 2015, o Brexit em 2016 mais a eleição de Trump - que terá levado Merkel, diz-se, a decidir fazer o quarto mandato - e a seguir a pandemia. Não se pode dizer que tenha havido pouco que fazer.
Tão criticada pela sua falta de visão e ideologia, Merkel agarrou-se ao leme no meio das borrascas que a história lhe foi arremessando e, reconhece o politólogo britânico Timothy Garton Ash, "manteve a caravana a andar. Em todas essas crises, encontrou sempre uma forma de avançar."
O merkelismo é isso, conclui Jeremy Cliffe: "Humildade em relação às forças da história [disciplina que é uma das grandes paixões da chanceler]: consciente da sua presença e poder, curvando-se perante elas, mas flexível e alerta face à oportunidade de as cavalgar e lúcida quanto à necessidade de paciência para as compreender."
A atitude será em parte explicada por se tratar de uma cientista - "a beleza da ciência é que mal achamos que encontrámos a explicação do universo já temos questões novas", disse ela uma vez. Certo é que, seja lá o que for o merkelismo e porquê, vai acabar.
"Quer voltar a ser um ser humano, está farta. Bem a percebo", suspira Costa. "Com a saída dela podemos ter dois riscos, que é o próximo chanceler dizer não a tudo para afirmar a sua autoridade, ou termos só o acelerador francês sem o travão da ponderação alemã." Quanto às várias fraturas que existem na Europa, tenderão, crê, a agravar-se sem a presença moderadora da alemã. "Orban [o primeiro-ministro húngaro] está apostado em partir o Partido Popular Europeu. Se a CDU perder as eleições, é isso que vai acontecer."
Pode ser bom para clarificar e "arrumar as coisas", admite o sempre otimista político português. Um legado amargo para quem parte, porém. Ou não: no início deste mês, num encontro com a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie e duas jornalistas, no qual se afirmou pela primeira vez, "depois de pensar muito", como feminista, perguntada sobre se partia de consciência tranquila, Angela Merkel respondeu sim, sem hesitar. "Acho que dei o meu contributo. Agora é preciso algo de novo."
Sobre o que vai fazer ela própria agora, interroga-se: "Será que vou escrever? Será que quero falar? Será que quero passear sem destino? Será que quero ficar em casa? Será que quero viajar? Resolvi que não farei nada para já e esperarei para ver o que acontece. E acho que isso é fascinante."
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