Putin revela dois novos navios quebra-gelo para exibir "poder ártico" da Rússia

Presidente russo continua a apostar no domínio das novas rotas de navegação no Ártico

O Presidente Vladimir Putin, apresentou esta terça-feira numa cerimónia pública dois novos navios quebra-gelo movidos a energia nuclear que assegurarão a navegação durante todo o ano no Ártico Ocidental, adianta a Reuters.

Putin presidiu à cerimónia de lançamento na antiga capital russa, São Petersburgo, através de ligação de vídeo desde o Kremlin. O presidente russo disse que estes quebra-gelo são de importância estratégica para o país.

"Ambos os quebra-gelo foram estabelecidos como parte de um grande projeto em série e fazem parte do nosso trabalho sistemático e em grande escala para reequipar e reabastecer a frota nacional de quebra-gelos, para reforçar o estatuto da Rússia como grande potência ártica", disse Putin.

Devido às alterações climáticas que tornam o Ártico mais navegável e às reservas de petróleo e gáss nas regiões árticas da Rússia, a região está a assumir um maior significado estratégico.

Putin sorriu quando o Yakutia, um quebra-gelos de 173,3 metros com um deslocamento de até 33.540 toneladas e que pode furar blocos de gelo de até três metros, foi lançado à água nas docas.

Dois outros quebra-gelos da mesma série, a Arktika e o Sibir, já estão em serviço, e outro, o Chukotka, está programado para 2026, adianta a Reuters.

O presidente russo revelou ainda que para 2027 está previsto lançamento de um superpoderoso quebra-gelo movido a energia nuclear de 209 metros conhecido como "Rossiya", com um deslocamento de até 71.380 toneladas capaz de quebrar gelo com quatro metros de espessura.

"São necessários para o estudo e desenvolvimento do Ártico, para assegurar uma navegação segura e sustentável nesta região, para aumentar o tráfego ao longo da Rota do Mar do Norte", disse Putin referindo-se aos quebra-gelos nucleares. "O desenvolvimento deste corredor de transporte mais importante permitirá à Rússia libertar mais plenamente o seu potencial de exportação e estabelecer rotas logísticas eficientes, inclusive para o Sudeste Asiático".

Desde que Putin chegou ao poder, a Rússia tem reforçado silenciosamente a sua presença no Ártico, onde tem mais de 24.000 km (15.000 milhas) de costa que se estende desde o Mar de Barents até ao Mar de Okhotsk. A partir de 2005, a Rússia reabriu dezenas de bases militares da era soviética no Ártico, modernizou a sua marinha e desenvolveu novos mísseis hipersónicos concebidos para escapar aos sensores e defesas dos EUA.

De acordo com peritos, o Ocidente poderá levar até 10 anos para conseguir alcançar os avanços russos na região.

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