PM britânico arrependido de ter nomeado ministro que se demitiu
"Obviamente lamento ter nomeado alguém que teve de se demitir nestas circunstâncias, mas penso que os britânicos ficam a saber que, quando situações como esta surgirem, serão tratadas adequadamente", disse o líder conservador.
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, afirmou esta quarta-feira lamentar ter nomeado para o Governo o ministro sem pasta Gavin Williamson, que se demitiu na terça-feira à noite na sequência de acusações de intimidação a colegas e funcionários públicos.
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"Obviamente lamento ter nomeado alguém que teve de se demitir nestas circunstâncias, mas penso que os britânicos ficam a saber que, quando situações como esta surgirem, serão tratadas adequadamente", disse o líder conservador durante o debate semanal no parlamento.
Em resposta a questões do líder do Partido Trabalhista (principal força da oposição), Keir Starmer, Sunak reconheceu que "evidentemente, o comportamento sobre o qual foram feitas queixas é inaceitável".
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"Para que conste, não tinha conhecimento de nenhuma das queixas em específico", vincou.
Starmer descreveu Williamson como um "rufia patético" que "nunca se safaria se pessoas como o primeiro-ministro não lhe entregassem o poder", salientando que esta fraqueza mostra de Sunak "não tem qualquer hipótese de fazer frente a interesses instalados em nome dos trabalhadores".
Gavin Williamson anunciou a demissão do Governo britânico na terça-feira à noite após a publicação de novas alegações de intimidação.
Na carta de renúncia, rejeitou "a descrição" das alegações, mas reconheceu que estas estavam a tornar-se "uma distração para o bom trabalho que este Governo está a fazer".
Em causa estão notícias de que um antigo funcionário público queixou-se de que Gavin Williamson, quando detinha a pasta da Defesa (2017-2019), lhe disse para "cortar a garganta" e "saltar da janela" numa reunião com outros colegas.
Estas alegações juntam-se a relatos de deputados do Partido Conservador de outros episódios de intimidação e linguagem agressiva, nomeadamente quando foi responsável pela disciplina da bancada parlamentar.
Esta foi a terceira vez que Gavin Williamson foi forçado a demitir-se, depois de ter sido despedido de ministro da Defesa por Theresa May em 2019 por alegada fuga de informação e novamente de ministro da Educação por Boris Johnson em 2021 durante uma remodelação governamental.
A demissão surge no meio de críticas de que Sunak não cumpriu a promessa de fazer da integridade um foco central do Governo quando tomou posse há duas semanas.
A oposição tem insistido repetidamente na demissão da ministra do Interior, Suella Braverman, que Sunak reconduziu apenas seis dias após a representante ter apresentado um pedido de demissão por violação das regras de conduta ministerial.