Lukashenko teme guerra nuclear e pede "tréguas"
Perante os receios de uma guerra nuclear, o presidente da Bielorrússia defende que "todas as questões territoriais, de reconstrução, segurança e outras podem e devem ser resolvidas na mesa de negociações, sem pré-condições".
O presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, afirmou, esta sexta-feira, que o apoio ocidental a Kiev está a aumentar a probabilidade de uma guerra nuclear irromper na Ucrânia.
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"Como resultado dos esforços dos Estados Unidos e dos [países] satélites, uma guerra em grande escala foi desencadeada (na Ucrânia)", ou seja "uma terceira guerra mundial com incêndios nucleares surge no horizonte", disse Lukashenko durante um discurso televisionado.
Nesse sentido, o chefe de Estado bielorrusso, um aliado do presidente russo, Vladimir Putin, pede uma "trégua" na Ucrânia e negociações "sem pré-condições" entre Moscovo e Kiev. "Temos de parar agora, antes que a escalada comece", afirmou.
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"Vou correr o risco de sugerir o fim das hostilidades... uma declaração de tréguas", apelou. "Todas as questões territoriais, de reconstrução, segurança e outras podem e devem ser resolvidas na mesa de negociações, sem pré-condições", defendeu.
A Rússia já veio, no entanto, afirmar que não está a considerar uma trégua no conflito, em curso desde 24 de fevereiro de 2022.
"Nada está a mudar no contexto da Ucrânia", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. "A operação militar especial continua, pois esta é a única forma de atingir os objetivos" da Rússia, sublinhou.
Ao destacar que "complexo militar-industrial funciona a todo vapor na Rússia" e que a Ucrânia está "inundada de armas ocidentais", Lukashenko manifestou-se preocupado com uma "escalada" que provocaria muitas mortes.
A Bielorrússia não participa diretamente no conflito na Ucrânia, mas cedeu o seu território ao exército russo para a ofensiva na capital ucraniana no ano passado e para a execução de ataques, segundo o governo de Kiev.