Justiça russa reduz pena, mas mantém Navalny em prisão efetiva
Redução foi de um mês e meio, pelo que o ativista e principal opositor do regime russo irá cumprir uma pena de dois anos e meio de prisão.
A justiça russa confirmou este domingo a sentença de prisão efetiva do líder da oposição, Alexei Nalvalny, por violação de medidas de controlo judicial, mas reduziu-lhe a pena, avançou a Agência France-Presse.
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Segundo a AFP, o juiz de um tribunal de Moscovo, Dmitri Balashov, reduziu a pena em um mês e meio pelo que o ativista e principal opositor do regime russo irá cumprir uma pena de dois anos e meio de prisão.
Nesta audiência estava em causa a apreciação do recurso de Alexei Navalny contra a conversão em prisão efetiva da pena suspensa a que havia sido inicialmente condenado.
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Logo no início da audiência, Nalvany lançou a questão "porque estamos aqui?", aludindo ao facto de esta estar a decorrer no tribunal distrital de Babushkinski e não na sede do tribunal de Moscovo, segundo relatou a agência online independente Medusa.
Na resposta, o juiz disse que a decisão de mudar o lugar da audiência favorecia Navalny evitando viagens desnecessárias aos seus advogados, já que o ativista irá também hoje ouvir o veredicto do processo de difamação que lhe foi movido.
Os países ocidentais, em particular os Estados Unidos e os Estados-membros da União Europeia, têm apelado à libertação do opositor, detido desde o seu regresso à Rússia a 1 de janeiro, após uma suposta tentativa de envenenamento no verão passado e um longo período de convalescença na Alemanha.
O Ocidente também tem condenado a repressão de manifestações ocorridas na Rússia no final de janeiro e no início de fevereiro.
A Rússia tem rejeitado as acusações sobre o envolvimento do Kremlin no envenenamento de Navalny com um agente neurotóxico e considera as críticas ocidentais como uma ingerência nos seus assuntos internos.
Em 02 de fevereiro, a justiça russa condenou Navalny, de 44 anos, a uma pena de três anos e meio de prisão ao tornar efetiva uma sentença suspensa em 2014, um julgamento considerado arbitrário pelo TEDH.
No entanto, a sentença impôs que fossem descontados os dez meses em que Navanly permaneceu em prisão domiciliária, devendo assim cumprir dois anos e oito meses.