Iraniano morto por comemorar a derrota da seleção contra os EUA
Mehran Samak, de 27 anos, foi morto a tiro após buzinar em Bandar Anzali para celebrar o facto do Irão ter sido eliminado pelos Estados Unidos.
Um homem iraniano foi morto a tiros pelas forças de segurança depois de comemorar quando os Estados Unidos eliminaram a seleção do Irão no Mundial, denunciaram grupos de direitos humanos nesta quarta-feira.
Relacionados
O Irão foi eliminado pelos Estados Unidos, no Qatar, na noite de terça-feira, motivando uma resposta mista dos adeptos pró e anti-regime. Muitos recusaram-se a apoiar a seleção nacional como resultado de uma sangrenta repressão do governo ao longo de dois meses de protestos desencadeados pela morte de Mahsa Amini.
Mehran Samak, de 27 anos, foi morto a tiro após buzinar em Bandar Anzali, uma cidade na costa do Mar Cáspio a noroeste de Teerão, disseram grupos de direitos humanos.
Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão.
Samak "foi baleado na cabeça pelas forças de segurança... após a derrota da seleção no jogo contra a América", disse o grupo Iran Human Rights (IHR), com sede em Oslo.
O Centro de Direitos Humanos no Irão (CHRI), com sede em Nova Iorque, também informou que a vítima foi morta pelas forças de segurança enquanto comemorava.
A organização publicou um vídeo do funeral de Mehran Samak esta quarta-feira, no qual é possível ouvir "morte ao ditador".
"Death to the dictator!"
Mehran Samak was reportedly shot by security forces in Bandar Anzali, Gilan Province, Nov. 29 as he was driving/honking to celebrate Iran"s loss against the USA in Qatar #WorldCup soccer match.
This was his funeral in Tehran.#مهسا_امینی #مهران_سماک pic.twitter.com/859lqW9My5
O grito dirigido ao líder supremo do Irão é um dos principais slogans dos protestos que eclodiram após a morte de Amini.
As forças de segurança do Irão mataram pelo menos 448 pessoas na repressão aos protestos, incluindo 60 crianças menores de 18 anos e 29 mulheres, segundo o IHR. Um general iraniano disse na segunda-feira que mais de 300 pessoas foram mortas.