Europa dá sinal de união em Lviv e apoia tribunal especial para acusar a Rússia
Os ministros dos Negócios Estrangeiros de países da União Europa, do Reino Unido e da Ucrânia estiveram esta sexta-feira reunidos em Lviv dando um sinal de união no dia em que Moscovo celebrou o Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial. A ocasião serviu também para o lançamento de um novo tribunal para processar as autoridades russas responsáveis por crimes de guerra contra a Ucrânia.
Este tribunal será criado no âmbito do Conselho da Europa, vai ter os seus próprios procuradores e juízes e poderá começar a trabalhar assim que for aprovado por dois terços dos países membros do Conselho – Kiev planeia pedir o início do tribunal especial na reunião anual dos ministros dos Negócios Estrangeiros da instituição, que se realiza na próxima quarta-feira.
De acordo com o Politico, o tribunal é apoiado por 42 países, incluindo 25 Estados-membros da União Europeia (sem surpresa, a Hungria e a Eslováquia ficaram de fora), os países do G7 à exceção dos Estados Unidos (que retiraram o seu apoio durante a administração Trump) e outros como a Austrália, a Suíça, a Noruega, a Costa Rica e a Guatemala.
"Hoje, temos o apoio político para isso", afirmou a líder da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, que também esteve na cidade ucraniana de Lviv. "Este tribunal vai assegurar que os principais responsáveis pela agressão contra a Ucrânia são responsabilizados".
Numa mensagem em vídeo transmitida na reunião desta sexta-feira dos ministros dos Negócios Estrangeiros europeus, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky referiu que "um tribunal forte para o crime de agressão pode, e deve, fazer com que qualquer potencial agressor pense duas vezes", acrescentou ser um dever moral da Europa responsabilizar a Rússia pela guerra.