Donald Trump recorre de condenação por desacato e multa de 10 mil dólares por dia
O juiz Arthur Engoron considerou que Trump desrespeitou o tribunal por não ter respondido adequadamente a uma intimação emitida pela procuradora-geral do Estado.
Donald Trump recorreu esta quarta-feira da decisão de um juiz de Nova Iorque de o condenar por desacato ao tribunal e multar em 10 mil dólares por dia, por não responder adequadamente a uma intimação sobre os seus negócios.
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O juiz Arthur Engoron considerou que Trump desrespeitou o tribunal por não ter respondido adequadamente a uma intimação emitida pela procuradora-geral do Estado.
A advogada do ex-presidente dos Estados Unidos revelou que entrou esta quarta-feira com um recurso, cumprindo a promessa de contestar a decisão do juiz de Manhattan, Arthur Engoron, divulgada na segunda-feira.
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Alina Habba questionou a base legal para acusar Trump de desacato, defendendo que o magnata republicano respondeu adequadamente à intimação e que o gabinete da procuradora-geral não conseguiu mostrar que a sua conduta "foi calculada para derrotar, prejudicar ou impedir" e que se recusou envolver em "discussões de boa fé" antes de tentar multar Trump.
"Todos os documentos que responderam à intimação foram apresentados à procuradora-geral meses antes", salientou Habba, em comunicado.
Arthur Engoron considerou a constatação de desacato apropriada, porque Trump e os seus advogados não mostraram que realizaram uma busca adequada pelos registos solicitados pela intimação.
Engoron condenou também Trump a pagar uma multa de 10 mil dólares (cerca de 9.330 euros) por cada dia de desrespeito ao prazo dado.
A procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James, uma democrata, tinha pedido ao tribunal que prendesse Trump por desacato, depois de ter falhado o prazo que lhe foi dado, 31 de março, para entregar documentos solicitados no âmbito da investigação.
Trump, um republicano, tem lutado contra a procuradora-geral de Nova Iorque em tribunal por causa da investigação que esta conduz, e que ele considera uma "caça às bruxas" com motivações políticas.
Letitia James tem conduzido uma longa investigação sobre a Trump Organization, empresa da família do ex-presidente, centrada no que ela alega ser um padrão de enganar bancos e autoridades fiscais sobre o valor das suas propriedades.
A investigação promovida pela procuradora-geral de Nova Iorque referiu em documentos judiciais que descobriu evidências de que Trump pode ter deturpado o valor de ativos como campos de golfe e arranha-céus nas suas demonstrações financeiras ao longo de mais de uma década.