Autor de massacre em escola da Florida em 2018 condenado a prisão perpétua

A 14 de fevereiro de 2018, Nikolas Cruz, então com 17 anos, abriu fogo na escola secundária de Parkland, da qual havia sido expulso um ano antes. Em menos de dez minutos, matou 14 estudantes e três adultos e feriu outros 17.

O autor do massacre numa escola secundária da Florida, em 2018, foi condenado na quinta-feira a prisão perpétua, escapando da pena de morte já que o júri rejeitou essa sentença, pedida pela acusação durante os três meses de julgamento.

Após apenas sete horas de deliberação, os jurados mantiveram várias circunstâncias agravantes, em particular sobre a natureza "odiosa, atroz e cruel" dos 17 assassinatos cometidos com um fuzil semiautomático por Nikolas Cruz na sua antiga escola secundária em Parkland, norte de Miami.

No entanto, pelo menos um jurado sentiu que não eram suficientes para compensar as circunstâncias atenuantes levantadas pela defesa durante o julgamento, em particular sobre a infância difícil e os transtornos mentais do assassino.

Seria preciso unanimidade neste ponto para que a pena de morte fosse mantida.

Nikolas Cruz, 24 anos, não demonstrou nenhuma reação à leitura do veredicto pela juíza Elizabeth Scherer no tribunal de Fort Lauderdale.

Os familiares das vítimas receberam a notícia com rostos sérios, alguns em lágrimas, sendo que podem vir a ser ouvidos em audiência a 1 de novembro, durante a qual o magistrado deve endossar formalmente a sentença de prisão perpétua.

Vários familiares disseram que ficaram "devastados" com o veredicto e deixaram a sua dor e raiva explodirem durante uma conferência de imprensa.

A 14 de fevereiro de 2018, Nikolas Cruz, então com 17 anos, causou medo ao abrir fogo na Marjory Stoneman Douglas High School, da qual havia sido expulso um ano antes.

Em menos de dez minutos, matou 14 estudantes e três adultos e feriu outros 17.

Em outubro de 2021, declarou-se culpado de assassinato e tentativa de assassinato.

Durante os três meses em que decorreu o julgamento, a promotoria levou os jurados "de volta ao horror, transmitindo vários vídeos e levando-os ao local da tragédia", insistindo também na natureza premeditada do "banho de sangue", contado num vídeo gravado por Nikolas Cruz antes da ação:

"Que meu massacre comece hoje. Que todas as crianças assustadas corram para se esconder", disse.

Nicolas Cruz, nasceu com síndrome alcoólica fetal, filho de uma mãe alcoólica e viciada em drogas, crescendo depois num "lar violento com uma mãe adotiva deprimida", apontou o seu advogado, pedindo aos jurados que não cedessem à sede de " vingança".

O ataque de Parkland chocou a opinião pública americana e desencadeou um movimento nacional de protesto antiarmas de proporções históricas.

Apesar de seu histórico psiquiátrico e relatos da sua perigosidade, Nikolas Cruz conseguiu comprar legalmente um fuzil AR-15, uma versão civil dos fuzis de assalto.

Em 24 de março de 2018, marchas organizadas a pedido de jovens sobreviventes e pais de vítimas reuniram 1,5 milhão de pessoas para exigir uma regulamentação mais rígida das armas de fogo nos Estados Unidos - sem nenhum sucesso real.

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