Arménia acusa Rússia de falta de apoio e recusa manobras militares conjuntas
A Arménia acusa a Rússia de não agir face às "provocações" do Azerbaijão sobre Karabakh, onde Moscovo mantém uma "força de manutenção de paz".
A Arménia anunciou esta terça-feira que recusa receber este ano as manobras militares conjuntas no quadro da aliança com a Rússia devido à insatisfação pelo bloqueio de uma rota de abastecimento vital para o enclave do Nagorno-Karabakh.
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O anúncio ocorre numa altura em que a Arménia tem demonstrado sinais crescentes de irritação com o aliado russo que acusa de não agir face às "provocações" do Azerbaijão sobre Karabakh, onde Moscovo mantém uma "força de manutenção de paz".
"A Arménia não considera oportuno realizar exercícios da Organização do Tratado Coletivo de Segurança (OTSC). Estes exercícios não vão realizar-se", disse o primeiro-ministro Nikol Pachinian em conferência de imprensa.
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Segundo Pachinian, o governo de Erevan já informou a direção da aliança militar liderada por Moscovo, e que integra várias ex-repúblicas soviéticas.
O primeiro-ministro criticou a OTSC por recusar-se a condenar as ações do Azerbaijão e a Rússia, em particular, por não ter desempenhado o papel "de entidade que garante a segurança da Arménia".
"A Arménia esperava ações específicas da Rússia e de outros parceiros no domínio da segurança. Mas foi comunicado a Erevan que as fronteiras da Arménia e do Azerbaijão não estavam demarcadas", disse ainda Pachinian.
O governo arménio acusa ainda de "inação" os soldados russos da força de manutenção de paz, sobretudo numa altura em que as forças do Azerbaijão bloqueiam o corredor de Latchine, um eixo vital para o abastecimento do enclave disputado pelos dois países.
"Se, subitamente, se torna evidente que a Rússia não pode cumprir as obrigações, (a questão) deve ser dirigida à ONU", acrescentou.
O Executivo de Erevan reiterou as acusações contra Moscovo por não ter mediado os confrontos do passado mês de setembro na zona de fronteira entre a Arménia e o Azerbaijão.
Questionado sobre as críticas de Pachinian, o Kremlin minimizou a situação, afirmando que "a Arménia é um aliado muito próximo" com quem a Rússia "vai prosseguir o diálogo, inclusivamente sobre questões sensíveis".