Internacional
07 dezembro 2021 às 21h27

Ucrânia na NATO? Putin exige saber que não acontecerá, Biden descarta dar garantias

Relação entre os EUA e a Rússia está num dos momentos mais tensos dos últimos anos em grande parte devido à situação na Ucrânia.

DN/Lusa

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recusou fazer "promessas ou concessões" ao chefe de Estado russo, Vladimir Putin, que pretende sobretudo que a NATO feche as portas à entrada da Ucrânia, divulgou esta terça-feira fonte da Casa Branca.

Durante a conferência virtual que ocorreu neste dia entre os dois líderes, que durou duas horas, o presidente norte-americano defendeu que qualquer país deve ser capaz de "escolher livremente" a quem se associar, revelou o assessor de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, durante uma conferência de imprensa.

Biden, referiu a mesma fonte, descartou "promessas ou concessões", perante as exigências do Presidente da Rússia, Vladimir Putin, especialmente relativas ao bloqueio da entrada da Ucrânia na Aliança Atlântica.

Vladimir Putin reclamou perante o seu homólogo norte-americano o crescente potencial militar da NATO junto às fronteiras da Rússia e pediu "garantias" sobre o não alargamento da Aliança para leste.

"A NATO efetua perigosas tentativas de utilizar o território ucraniano e reforça o seu potencial militar junto às nossas fronteiras, e por isso a Rússia mantém um sério interesse em seguras garantias jurídicas que excluam um alargamento da NATO a leste", indicou o Kremlin em comunicado, após o referido encontro virtual, que foi classificado como "franco e profissional" por Moscovo.

O Kremlin tem desmentido qualquer projeto de invasão da Ucrânia e tem acusado Washington de negligenciar as suas preocupações: crescente atividade de países da NATO no mar Negro, intenção ucraniana em aderir à Aliança Atlântica e ambição de Kiev de continuar a receber armamento do ocidente.

"A Rússia nunca teve a intenção de atacar quem quer que seja, mas temos linhas vermelhas", tinha assegurado antes da cimeira virtual Dmitri Peskov, o porta-voz do Kremlin.

Diversos observadores, na Europa e nos EUA, consideram que Vladimir Putin faz "bluff" com a deslocação de forças para as fronteiras da Ucrânia, mas não excluem uma eventual ação militar. Para Moscovo, está excluída a possibilidade e a Ucrânia e a Geórgia, situadas junto à sua "zona de segurança" serem membros da NATO.

Na cimeira virtual entre os dois líderes, Joe Biden, "fez saber" a Vladimir Putin que a Rússia arrisca "fortes sanções, incluindo económicas" em caso de escalada militar na Ucrânia, indicou hoje a Casa Branca.

Tratou-se da segunda reunião entre os dois líderes, depois de um encontro presencial realizado em junho passado em Genebra (Suíça).

Na sequência da sua conversa telefónica com Putin, que segundo as agências noticiosas ​​​​​​​russas durou cerca de duas horas e terminou próximo das 17h00 de Lisboa, Biden vai telefonar para o Presidente francês, Emmanuel Macron, para a chanceler alemã, Angela Merkel, para o primeiros-ministro italiano, Mario Draghi, e para o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.