Internacional
01 outubro 2022 às 10h07

Exército ucraniano já entrou na cidade anexada de Lyman, na região de Donetsk

De manhã, os ucranianos anunciaram o cerco e à tarde dizem já ter conquistado a cidade que é um importante centro logístico das tropas russas.

DN

As forças militares ucranianas anunciaram na manhã deste sábado que tinham cercado a cidade de Lyman, um importante centro logístico das forças russas, na região de Donetsk, mas ao início da tarde garantiram já estar dentro daquela localidade. ""As forças de ataque aéreo ucranianas estão a entrar em Lyman", informou o ministério da Defesa da Ucrânia no Twitter.

De manhã Serhiy Cherevatyi, porta-voz das forças ucranianas no leste do país, revelava que as tropas russas em Lyman estavam "cercadas", tendo ainda sido recapturadas várias localidades próximas das cidade.

De acordo com a BBC, Cherevatyi disse à televisão ucraniana que estariam em Lyman "5000 a 5500 soldados russos", um número que será agora menor devido à recente "ação de combate ativa" na qual "muitos" soldados russos foram mortos ou feridos". O porta-voz ucraniano afirmou também que todas as tentativas de avanço das tropas russas "falharam".

Ao início da tarde, através de um vídeo publicado no Twitter, o ministério da Defesa da Ucrânia, mostra dois soldados a agitar e colocar a bandeira do país ao lado do nome da cidade. "Hasteamos a nossa bandeira nacional e colocamo-la no nosso território. Lyman sempre fará parte da Ucrânia", afirma, sorridente, um dos militares.

O exército russo já veio entretanto anunciar a "retirada" de Lyman. "Ameaçadas de cerco, as tropas aliadas foram retiradas de Lyman para posições mais favoráveis", informou o Ministério da Defesa russo, em comunicado, referindo-se a um posto onde as forças controladas por Moscovo tinham posicionado cerca de 5000 soldados.

Além de ser um relevante centro logístico das forças russas, Lyman é também um ponto estratégico importante, que permitiria às tropas ucranianas avançar sobre Kreminna e Severodonetsk, avançou Cherevatyi, ambos redutos-chave atualmente nas mãos dos russos. "Também é muito importante psicologicamente, porque - como o presidente Zelensky disse - as forças armadas da Ucrânia estão a começar a ditar a sua vontade - e não apenas a defender", referiu o porta-voz das forças ucranianas no leste do país, ressalvando que a operação militar "ainda não acabou".

Lyman, tal como Kreminna e Severodonetsk, situam-se na região de Donetsk, uma das quatro que a Rússia diz ter anexado ao seu território. As restantes são Lugansk, Kherson e Zaporijia. A anexação oficial, numa cerimónia realizada esta sexta-feira, já era esperada após as consultas públicas (que terminaram terça-feira) nas áreas total ou parcialmente controladas pela Rússia na Ucrânia. As administrações instaladas por Moscovo nas quatro regiões do sul e leste da Ucrânia alegam que os indicadores da votação no "sim" à anexação - rejeitada pela comunidade internacional - oscilaram entre os 87% e os 99%.